segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mais sobre debates

O UOL divulga hoje (veja abaixo) uma matéria sobre os debates, que mostra, de maneira caricata, como que são montadas as estratégias dos candidatos.

Além do que citei no post anterior, a reportagem traz outro elemento que deixei passar: a reação de um candidato líder na disputa quando colocado diante de uma denúncia. O 'meu adversário apela para baixarias, eu não vou descer nesse nível' é um expediente tão clássico quanto - ao meu ver - entediante. Por outro lado, é compreensível: responder a uma denúncia é bom, mas ignorá-la e deixá-la morrer pode ser ainda melhor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Roteiro monótono de um debate

"Estamos aqui com mais um debate com os candidatos ao governo do estado. Agora, o Sr. Oposição faz a pergunta ao Sr. Governo.

Sr. Oposição: Sr. Governo, o povo sofre nas filas dos hospitais. Uma consulta demora meses para ser marcada. Há gente esperando nos corredores! Por que, apesar desse horror todo, o sr. ainda acha que merece o voto da população?

Sr. Governo: Sr. Oposição, em nossos quatro anos de governo nós fizemos muito pela saúde. Inauguramos 3.241 postos de saúde, contratamos 2.109 médicos, distribuímos 9.830 remédios. A prova do bom trabalho está em uma pesquisa, que mostra que 75% da população aprova os serviços de saúde.

Sr. Oposição: Então eu pergunto a você, cidadão que está nos assistindo. Você está satisfeito com a saúde? Fica tranquilo quando precisa de um atendimento? Aposto que não! Precisamos mudar!

Sr. Governo: Está perfeito? Não está. Mas já avançamos muito. E tenho certeza que avançaremos ainda mais."

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Troque "do estado" do início do post pela unidade da federação que lhe convir (ou município, ou até mesmo a União). Substitua os nomes "Sr. Governo" e "Sr. Oposição" pelos candidatos que efetivamente estejam ocupando esses papéis durante o debate. E o exemplo da saúde pode ser substituído por qualquer outra área da administração pública - educação, transporte, finanças, ou qualquer uma à sua escolha.

Tem-se aí o roteiro de qualquer debate entre os candidatos do Brasil. Infelizmente. De um lado, candidatos de oposição que apelam para o emocional e para o fato que, no Brasil, os serviços públicos (seja quais forem) estão sempre aquém do que deveriam estar. Do outro, os do governo apostando na linha do "muito já foi feito, mas com o seu voto faremos ainda mais".

E ambos os lados despejando números, estatísticas, informações que acabam sendo irrelevantes para o eleitor.

Da maneira como se dão hoje, os debates servem somente para que os eleitores solidifiquem os votos que já pretendem realizar. Isso tem importância? Claro, é sempre bom cativar o eleitor. Mas talvez seria melhor insistir num debate que almeje a mudança de postura, ou que no mínimo coloque a tal pulga atrás da orelha em quem já havia decidido seu voto.

Como chegar a essa condição é algo de difícil resposta (se fosse tão fácil assim, todo mundo faria). De uns tempos pra cá, virou dogma entre analistas/marqueteiros que a "campanha negativa" mais prejudica o acusador do que o próprio acusado. Sob essa ótica, apresentar críticas fortes ao outro lado sugeriria um certo desespero, e faria com que o eleitor, motivado talvez por dó ou piedade, pendesse para o lado de quem recebe as críticas.

Modestamente, contesto essa visão. Ora, se há denúncias - sólidas, provadas, etc., etc. - por que não apresentá-las? Se há falhas administrativas (e aí não falo de corrupção, e sim de incompetência, promessas não cumpridas e outros temas), qual o problema em escancará-las, em deixá-las evidentes para o eleitor?

A "baixaria eleitoral" que muita gente condena está em devassar a vida pessoal dos candidatos - e não preciso citar exemplos disso, todo mundo tem alguns casos em mente. Agora, quando se trata da vida pública, acredito que isso tem que vir à tona. Sinceramente, mesmo, acho que o eleitor sai beneficiado com isso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Tocantins

Chegamos à última análise! Coincidentemente, o último estado pela ordem alfabética é também o mais novo de toda a união. E o único que tem apenas dois candidatos disputando o governo.

São eles Carlos Gaguim (PMDB) e Siqueira Campos (PSDB).

Carlos Gaguim (PMDB)
Quando se acessa a página inicial de Carlos Gaguim, abre-se um menu em que são expostas as duas páginas de campanha: o "site informativo" e o "site jovem", nas palavras do próprio texto.

Há, aí um pequeno erro. As duas páginas são realmente bem diferentes entre si. Enquanto o tal "site informativo" é caretão, sem nada digno de muito destaque (e também sem grandes tropeços, registre-se), o "site jovem" é excelente. Traz de maneira interativa e divertida propostas de Gaguim para o estado, além de outros conteúdos relacionados à campanha.

O errinho, ao meu ver, é dissociar uma página da outra. Quem está no "informativo" não consegue ir para o "jovem", e vice-versa.

Falando da página propriamente dita (o "informativo"), ela é marcada por um design que vai entre o mediano e o ruim, e que tem algumas falhas estruturais - por exemplo, o plano de governo é exibido de maneira mesclada às notícias, e quem acessa não tem certeza sobre qual segmento está.

Há também um destaque excessivo às mídias sociais na página inicial ("Ranking", com fotos e uma pontuação não explicada de alguns internautas, é talvez a coisa que mais se destaque). O painel com os seguidores do Twitter é também maior do que pediria um bom senso.

Mas está longe de ser uma página ruim. Talvez só precisaria de alguns ajustes estruturais.

Siqueira Campos (PSDB)
Design, design, design. É aí que está o principal problema da página do tucano.

Porque o conteúdo lá disposto é bom: há notícias atualizadas, o perfil do candidato é apresentado de maneira interessante, diz-se quais foram as realizações de Siqueira no estado, o programa de governo é mostrado em um tom interativo, os materiais para download estão todos ali...



Mas o site é, falando de maneira simplista, feio.

Há um excesso de branco na página inicial, e também nas subdivisões. O banner inicial, que traz Siqueira ladeado de seus candidatos ao Senado, é pequeno, e acaba ficando apagado diante dos outros itens que há na página.

Repete-se o erro do formulário por contato, a agenda é mal utilizada, mas enfim; a principal pisada de bola está no design - já que os erros de conteúdo são os que se encontrou, via de regra, nas outras páginas analisadas.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Sergipe

O penúltimo estado a ser analisado é o Sergipe. Lá, os candidatos que lideram a disputa são João Alves (DEM) e o atual governador Marcelo Déda (PT).

João Alves (DEM)
O site do democrata deixa uma razoavelmente boa primeira impressão, que vai se quebrando quanto mais se analisa a página.

O design da página inicial, por exemplo, é bom. A foto do banner inicial é adequada, as fontes foram bem escolhidas, a composição das cores é legal.

Mas quando se começa a navegar pela página, detecta-se facilmente problemas feios de estrutura. Por exemplo: a visualização das notícias é péssima, com o texto sendo espremido em uma tela pequena, e exigindo que o internauta clique inúmeras vezes na barra de rolagem para ler a matéria por completo. Mais do que feio, é algo pouco convidativo.

Outro problema é dispor, na página inicial, conteúdos que não se encontram em nenhum outro segmento do site. Por exemplo, "Álbum de Campanha" e a listagem de todos os candidatos da coligação.

Nesta listagem, inclusive, está outra falha do site: a relação de todos os candidatos da coligação (o que é uma boa pedida e deveria ser mais executado) é colocada com uma imagem, e não em formato de texto. A mesma coisa acontece na boa seção "25 motivos para votar em João". Quando se coloca imagens, reduz-se a possibilidade de acesso ao site via sites de busca (já que não há como uma página ler o que está escrito em uma imagem) e também se limita a chance de o internauta copiar o conteúdo e replicar a outros possíveis eleitores.

Agenda confusa, ausência de um plano de governo mal elaborado e fracas ferramentas de contato são outras pisadas de bola da página.

Marcelo Déda (PT)
Uma das mais agradáveis surpresas de todas essas análises. Pelo seguinte: quando comecei a procurar, via Google, o site do candidato, localizei uma série de notícias, informações de outro tipo e o Twitter do governador. Nada de um site de campanha. Pensei que simplesmente não existia um.

Mas com um pouco mais de insistência achei o site de Déda. E encontrei uma das melhores páginas de candidato ao governo em todo o Brasil.

O design da página inicial é "clean", que estimula a navegação e que tem a cara de muitas páginas tidas como ícones da internet 2.0. O internauta encontra o que quer com facilidade, e tem ferramentas para disseminar o conteúdo.

Em "Sergipe Mudou" está uma das melhores sacadas da eleição: um infográfico bonito, amigável e informativo que traz as realizações de Déda no governo estadual. Isso, somado à boa disposição do plano de governo, dá um belo substrato ao eleitor que quer fortalecer o nome de Déda diante de amigos.

Há também referência a outras páginas de apoio a Déda, como "Elas votam Déda", para as mulheres, e "Vamos com Déda", para a juventude. Diferentemente do que ocorre em outras páginas, na de Déda a integração entre os sites de apoio é bem-feita.

Vídeos, áudios e fotos ajudam a compor todo o conteúdo do ótimo site.

Na penúltima análise, acabo encontrando uma das melhores páginas do Brasil na categoria. Muito bom!

Isso de novo?

Uma notícia que tem repercutido hoje diz que, na Grã-Bretanha, um anúncio de sorvete que estampava a foto de uma freira grávida foi proibido (aqui, texto do G1 a respeito).

Aí começam as discussões de sempre: as entidades religiosas alegam desrespeito às suas crenças, enquanto que os publicitários criadores do anúncio se baseiam na liberdade de expressão.

Queria discutir a questão por outro prisma. Na boa: 20 (ou quase isso) anos depois que a Madonna fez um clipe beijando um santo, e que a Benneton "chocou o mundo" com suas propagandas que traziam fotos de padres beijando freiras (e vice-versa), será que a publicidade ainda precisa desse recurso para se destacar?

Há quem critique (com certa razão) as peças "polêmicas" pelo mau gosto. Mais que isso, acho que elas devem ser criticadas pela falta de criatividade. É triste ver que certos expedientes ainda precisam ser utilizados em busca de visiblidade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - São Paulo

Hora de falar do estado onde moro, o mais populoso do Brasil.

São Paulo tem a disputa polarizada entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT). Apesar de reconhecer que ele não tem chances na disputa, analiso também a página de Celso Russomanno (PP), adotando o mesmo critério que utilizei nos outros estados - e é também por isso que excluo a página de Paulo Skaf (PSB) da análise.

Aloizio Mercadante (PT)
"Poderia ser melhor" é uma expressão que sintetiza bem o que é o site do petista. Há bom conteúdo, o design não é algo que possa ser chamado de feio, a visibilidade é adequada - mas acontecem alguns tropeços feios para uma candidatura do porte da do senador.

Por exemplo: quem clica nas seções "Fotos" e "Vídeos", queira ou não queira, é redirecionado para páginas externas, do Flickr e do Youtube, respectivamente. Lanbçar mão desses recursos é legal; utilizá-los de maneira a fazerem com que seu leitor saia do site, não.

O plano de governo é apresentado de maneira estranha na página. É dividido em setores, mas a navegação é ruim: as subdivisões são mostradas apenas com letras em vermelho e, quando acessadas, revelam um texto escrito numa fonte pequena e num contraste cinza-branco que dificulta a leitura.

Há, na página inicial, um campo para doações: mas ele está apenas ali. Quem sai da home não o encontra mais de jeito nenhum. E está no site um telefone para contato, mas apenas do comitê da capital. Espalhar as formas de acesso seria uma boa pedida.

Celso Russomanno (PP)
Um candidato tradicionalmente ligado à comunicação e ao jornalismo deveria ter uma página de melhor qualidade. É uma tarefa hercúlea encontrar algo de positivo na página do deputado.

Talvez um dos únicos méritos seja o box "Veja o que dizem", na página inicial, que traz depoimentos de internautas enviados por email ou recolhidos das mídias sociais, como comentários de Youtube. E só.

A página é esteticamente feia, apresenta problemas para navegação (há conteúdos presentes apenas na home, que não se consegue encontrar em nenhum outro local), as fontes são mal escolhidas - e há notícias nas quais há mais de uma no corpo do próprio texto! - as fotos são estranhas...

O plano de governo não está disposto em formato PDF, mas chega até a ser pior do que o que acontece nos sites de alguns que optaram por isso. O que se vê na página de Russomanno é uma cópia documento entregue ao TSE: ou seja, um texto gigantesco, nada convidativo, que será lido por pouquíssimos. Talvez o "governador das ruas" tenha achado que seria perda de tempo investir mais na campanha pela internet...

Geraldo Alckmin (PSDB)
É a melhor página dos candidatos ao governo do estado - embora, claro, apresente problemas.

Um é, como no caso da página de Mercadante, fornecer como único endereço e telefone de contato o do comitê em São Paulo. Certamente há outros tantos no restante do estado... Um pequeno deslize acontece também na apresentação do currículo de Alckmin. É um texto longo, arrastado, que poderia ser melhor sintetizado e que destacasse realizações da vida pública do candidato (como curiosidade, vale dizer que a página de Alckmin é a única encontrada, até agora, em que há tanto destaque para a primeira-dama).

A página inicial traz até um excesso de informações, mas a disposição é muito bem-feita. Cores, menus, boxes e outros itens são colocados de maneira harmônica, compondo um conjunto interessante. A barra vertical para as doações, citando valores pequenos como R$ 10 e R$ 30, é uma ótima sacada.

Falando em boas ideias, em "Ações do PSDB" mostra-se realizações do partido (Alckmin incluído, evidentemente) no estado, em todas as suas gestões. É uma ótima maneira de chamar a atenção do eleitor, e quebra um pouco o tropeço que é resumir o currículo do candidato a um textão corrido.

O site chama também para as redes sociais utilizadas pela campanha, e na home, o segmento "Eu quero Geraldo 45" traz vídeos com depoimentos que podem ser enviados pelos internautas. Boa medida.

Vale dizer que a página segue a linha adotada em todas as ações de comunicação da campanha tucana: "Alckmin" praticamente não existe, o candidato é o "Geraldo".

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Santa Catarina

A abordagem agora é sobre Santa Catarina. Três candidatos - ou melhor, duas candidatas e um candidato - lideram a disputa: Angela Amin (PP), Ideli Salvatti (PT) e Raimundo Colombo (DEM).

Angela Amin (PP)
O site da deputada é esteticamente feio e apresenta problemas para navegação. Tem uma apresentação "espremida": a página propriamente dita ocupa apenas um terço da tela, deixando dois espações verticais inutilizados.

Na mesma linha, quem navega no site acaba esbarrando em outras chatices similares, como a dificuldade de se navegar entre as subdivisões do menu inicial. Ao se parar o cursor sobre uma opção, as subdivisões aparecem; mas é quase impossível passar de uma à outra sem que o cursor saia da tela e interprete que o internauta esteja querendo mudar de conteúdo.

Chama atenção também o pouquíssimo uso de cores (o site é praticamente todo cinza; além de feia, a cor é oposta ao azul/vermelho do PP, o partido de Angela, e o verde/vermelho/branco de Santa Catarina; a opção, então, parece inexplicável) e as fontes utilizadas. Para algumas páginas, recomenda-se o uso de uma lupa para que seja possível ver as notícias, dado o reduzido tamanho das letras na tela.

O curioso é que, em termos de conteúdo, o site é interessante, com boas sacadas. O menu "Linha Direta" tem cinco subdivisões, e todas elas são ótimas sacadas - em "Minha Família", o internauta envia uma foto de sua família e uma declaração de apoio à candidata. Isso é bom, porque garante uma atualização para a página, sugere uma ideia de apoio à candidatura e estimula mais visualizações.

Há tropeços como a ausência do plano de governo e ferramentas mais interessantes de contato. Mas, em geral, a falha principal da página está mesmo no design - o que salta ainda mais aos olhos quando se compara o site de Angela aos dos seus adversários.

Ideli Salvati (PT)
A página inicial é um tanto quanto poluída - a escolha das cores acabou não sendo tão harmônica assim, e o excesso de conteúdo pode prejudicar a visualização - mas isso acaba sendo um detalhe perto das outras coisas boas que há na página.

Por exemplo, no topo da página há três menus: "Ideli na sua casa", "Ideli no seu computador" e "Colabore com a campanha". A página de doações ainda segue "em construção" (e é meio improvável achar que estará concluída agora, a 20 dias das eleições). Mas os outros dois são ótimos. "Ideli na sua casa" sugere que o internauta receba uma placa com a foto da candidata, para ser afixada na residência - é preciso preencher um formulário e aguardar que um representante da campanha entre em contato. E "Ideli no seu computador" mostra como o visitante pode instalar, passo-a-passo, um programinha com informações sobre a campanha.

Alguns pequenos tropeços acontecem, como a disponibilização do plano de governo apenas em formato PDF - o que acontece também com a opção "Saiba o que SC já ganhou com o governo Lula". Expor essas duas informações de maneira mais agradável seria uma medida melhor.


Há o chamariz para uma outra página chamada embaixadores.sc. É um site, externo ao de Ideli, que reúne discussões e fóruns sobre Santa Catarina. Ideia boa - mas seria melhor executada se realizada dentro do próprio site de Ideli, sem fazer com que o visitante deixe a página para participar.

Em resumo, é um site bom, caprichado, mas que tem o conteúdo ligeiramente falho.

Raimundo Colombo (DEM)
Sem medo de errar: é uma das melhores sites do Brasil na categoria. Combina ótimo design com conteúdo de qualidade. Utiliza as mídias sociais de maneira inteligente e capricha nas ferramentas para estímulo de mobilização.

Por exemplo, a seção "Mobilização" traz um mapa do estado marcado com ícones; ao clicar neles, o visitante tem o nome e o endereço de um apoiador da candidatura, em uma rede que abrange todo o estado. A navegação poderia ser um pouco mais amigável, mas ainda assim é a melhor iniciativa de mobilização já encontrada - nome e sobrenome dos militantes, o que facilita o contato.

As biografias de Colombo e de seu vice, Eduardo Moreira, são mostradas de maneira simples e objetiva. E, na de Colombo, há ainda outro adicional muito bom: uma seção "Você sabia", com perguntas e respostas sobre o candidato, que expõem suas realizações na vida pública.

Em "Tô Contigo", fotos enviadas pelos visitantes compõem um dinâmico painel, de divertida e estimulante visitação.

A principal (ou talvez única) pisada de bola está no plano de governo. É chamado de "Agenda de Governo", e resume-se a um local onde o internauta pode enviar sua sugestão (e não se mostra o local onde as sugestões aparecem) e também onde se pode fazer o download do antipático PDF com o programa de governo enviado ao TSE. Um site tão caprichado merecia melhor atenção em um conteúdo relativamente básico como esse.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Roraima

Hoje seria o dia de analisar as páginas de Roraima, mas tal avaliação não poderá ser feita. Por um motivo simples: os dois principais candidatos ao governo não têm sites de campanha (ou, como sempre tenho dito aqui, eu que não encontrei nas buscas via Google; peço aos leitores que corrijam, se eu estiver errado).

Neudo Campos (PP), que é deputado federal, tem o Blog do Neudo. Que tem até um bom design, mas é pouco atualizado (a postagem mais recente é de 29 de julho) e não tem mais informações sobre o candidato. Já do seu principal adversário, José de Anchieta Júnior (PSDB), não se encontra nada.

Ainda que Roraima seja um estado pobre e o menos populoso do Brasil, desprezar a internet é um erro. Até pelo fato do estado ser geograficamente grande e, por isso, percorrê-lo é tarefa cara e que pode ser ineficiente.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Rondônia

Rondônia é o estado a ser visitado agora. Três candidatos lideram a disputa por lá: Confúcio Moura (PMDB), Expedito Júnior (PSDB) e João Cahulla (PPS).

Confúcio Moura não tem - ou pelo menos eu não consegui localizar - um site específico para a campanha; peço até a ajuda dos leitores se houver algum. O candidato tem um portal e um blog. Em ambos há pedidos de voto e referência ao número do candidato, mas não se tratam de sites de campanha propriamente ditos. Ficam, então, excluídos da análise.

Expedito Júnior (PSDB)
A página do candidato tucano pouco arrisca. E, consequentemente, pouco alcança.

Não é um site feio. Pelo contrário: o plano de fundo é legal, a combinação amarelo/azul se dá de maneira harmoniosa, as fontes estão bem escolhidas.

E em termos de conteúdo se pode dizer que o que habitualmente se verifica nos sites de candidatos está à disposição do visitante.

Comete as falhas costumeiras das outras páginas da categoria - o plano de governo está resumido a um arquivão em formato PDF e a única forma de contato, além das mídias sociais, se dá por meio do formulário.

Há também certa "simplicidade exagerada" na apresentação da biografia do candidato - Expeo foi vereador, secretário, deputado e atualmente é senador, e esses cargos são mencionados em míseras linhas, sem que se destaque o que o político fez no exercício destas funções.dit

Chama também a atenção o fato de não haver nenhuma menção sequer aos outros componentes da chapa (com exceção do vice, Miguel de Souza). Quem acessa o site não consegue saber quem são os candidatos ao Senado e à Presidência que Expedito apóia.

A ausência da agenda do candidato também é uma falha significativa.

Jorge Cahulla (PPS)
Se o site de Expedito Júnior chama negativamente a atenção por sua excessiva simplicidade, na página de Cahulla temos o oposto. Ao menos na página inicial: há uma sobreposição de cores, boxes e fontes que cria um design poluído e pouco amigável.

Por exemplo, as opções do menu principal - "Agenda", "Sobre o Cahulla" e outras - acabam sendo praticamente ofuscadas, já que para elas é utilizado uma fonte minúscula, que pouco se destaca perto do restante que há na home.

Em termos de conteúdo, a página até que cumpre os requisitos básicos. Tem a biografia do candidato, acessos para as mídias sociais, citação ao vice, vídeos e áudios, e outras ferramentas.

O plano de governo, ao menos no momento de elaboração desse post, apresentava falhas técnicas: a página mostrava uma única seção, "Agricultura e Pecuária", e ainda assim com uma imagem cuja ampliação não funcionava. Corrigido este problema - e ampliadas as subdivisões -, aparentemente teremos um bom conteúdo.

"Sala de Imprensa" é um tanto quanto inútil, já que reproduz as notícias que estão em outros trechos do site e não traz as ferramentas de contato. E falando em contato, o "erro do formulário" é também cometido na página.

Tal qual no site de Expedito Júnior, não há menção aos outros candidatos - Senado, Câmara e Presidência - da chapa de Cahulla.

E um dos principais acertos do site está na página inical, com a seção "O povo fala": vídeos simples, com depoimentos de eleitores, falando sobre as realizações de Cahulla e do governo anterior (o qual apóia).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Rio Grande do Sul

O estado a ser analisado agora é o Rio Grande do Sul, cujos principais candidatos são José Fogaça (PMDB), Tarso Genro (PT) e Yeda Crusius (PSDB).

José Fogaça (PMDB)
Em geral, o site do peemedebista é bom. A página inicial (apesar do banner principal e sua foto estranha) é bem feita, com uma disposição adequada de fotos, destaques e das cores - o vermelho-amarelo-verde do estado acabou se harmonizando legal com o azul do banner principal e com as outras informações.

A maior falha do site está na apresentação do plano de governo do candidato. Coloca-se apenas um link para download do programa, que é apresentado por um texto denso, de três parágrafos, pouco convidativo.

Em compensação, o site acerta em "Conquistas Históricas": lá se mostram as realizações de Fogaça quando prefeito de Porto Alegre, de maneira dinâmica e fácil. Basta o internauta escolher uma área de interesse e tem à sua disposição informativos sobre o que fez o candidato em seu mandato anterior.

Outra virtude do site de Fogaça - algo até agora não visto em nenhuma outra página - está na apresentação das ações da candidatura nas mídias sociais. Ao invés de apenas despejar os ícones das redes (e contar para que o visitante seja habituado a todas elas), há uma subdivisão chamada "Vida Digital" em que, em um simples parágrafo, de maneira didática, explica-se o que é a rede (Twitter, Youtube e outras) e como se dá a participação da campanha.

Tarso Genro (PT)
De certo modo cabem à página do petista os mesmos elogios feitos ao site de Fogaça. A apresentação visual do site é muito boa. Os conteúdos estão bem dispostos na página inicial; o design, amplo e espalhado, gera uma visualização agradável e de fácil navegação.

Em toda a página o conteúdo é bem distribuído e apresentado. E há conteúdo de sobra: o programa de governo é setorizado (e quem quiser baixar o PDF completo pode fazê-lo), a agenda é informativa (embora traga apenas o dia corrente, mas pelo menos os compromissos são bem detalhados). Caberia detalhar, em sua biografia, o que fez como prefeito e ministro, mas ainda assim a seção está bem feita.

Da série "boas e simples ideias", o site tem a listagem de todos os candidatos da chapa - inclusive todos os que disputam vagas de deputado federal e estadual, com direito a links para os sites dos que tiverem páginas na internet. Isso reforça o senso de grupo, além de atrair mais visitantes.

O comitê central da campanha tem seu endereço e telefone divulgados logo na página inicial. E, internamente, há inclusive o mapa do local, via Google Maps. Para ficar perfeito, seria legal a inclusão dos comitês das outras cidades. Mas já é algo superior à média.

Um item que não consta no site e que está presente na maioria das páginas dos candidatos ao governo (inclusive na dos dois adversários de Tarso) é a dos materiais de campanha para download. Já que tal subdivisão virou "commodity", poderia constar ali.

Yeda Crusius (PSDB)
A página da atual governadora tem na interatividade seu principal mérito. Mais do que colocar os ícones das redes sociais, o site efetivamente utiliza e dá destaque a esses elementos.

Por exemplo, em "Pergunte", há questões enviadas e cujas respostas são assinadas pela candidata. As perguntas percorrem uma gama que vão desde "Qual a sua proposta para a educação?" até "Onde posso encontrar as fotos do evento do dia 20?".

Na página inicial, há também outros três bons pontos de interatividade. Um é o "Faça o seu Y", em que os visitantes enviam fotos para serem publicadas; em "Mensagem para Yeda", há o envio de textos, que podem também conter imagens; e "Meu voto é de Yeda" tem perfil semelhante. Todas são boas ações, e que colaboram para o aumento de visitantes.

A subdivisão "O que Yeda fez por você" é boa, com as realizações da governadora; em compensação, as "Diretrizes para o segundo governo" são apresentadas em um antipático PDF.

E peço a ajuda dos visitantes: no momento de produção desse post, o menu "Pegue sua bandeira" não funcionava. Ao acessá-lo (e em mais de um navegador), me deparei com uma mensagem de erro do Google Maps. É isso mesmo? Gostaria de ver essa seção porque, aparentemente, ela traz uma ótima informação, que é a dos comitês em diferentes municípios do estado.

Com exceção desse problema técnico, a principal falha do site de Yeda está justamente em seu design. A utilização ampla da cor azul traz um tom monótono à página - sem contar que, em um estado de rivalidade futebolística tão forte, privilegiar a cor de um dos principais times é queimar-se com parte significativa do eleitorado...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Rio Grande do Norte

O estado a ser analisado agora é o Rio Grande do Norte, que tem três candidatos à frente da disputa: Carlos Eduardo (PDT), Iberê Ferreira (PSB) e Rosalba Ciarlini (DEM).

Carlos Eduardo (PDT)
A página do pedetista tem um design adequado. Mas as principais falhas estão no conteúdo.

Antes, uma observação: Dilma Rousseff e o presidente Lula aparecem muito mais em destaque na página de Carlos Eduardo do que na de Iberê (que analisaremos em seguida), que tem o PT, partido do presidente e da presidenciável, como parte da coligação. Ponto positivo para a página do candidato do PDT.

Apesar de visualmente ser bem-feita, a página inicial do site do pedetista é relativamente confusa. Percebe-se isso pela diferença nas fontes adotadas. Nas das notícias, o tamanho é maior do que deveria; já nas dos destaques que se rotacionam, as letras são dignas de figurarem em bulas de remédio, de tão pequenas que são.

O plano de governo do candidato é apresentado no péssimo formato de PDF. A biografia de Carlos Eduardo (e do seu vice Álvaro Dias) é colocada em um texto corrido, em fontes pequenas, o que resulta em algo pouco convidativo.

Pouco se explica da agenda do candidato (há apenas os compromissos para o dia corrente, e apresentados em poucas palavras), e o contato se resume a um único formulário. Poderia ser melhor.

Iberê Ferreira (PSB)
Talvez possamos dizer que o site de Iberê tem virtudes e defeitos exatamente opostos aos da página de Carlos Eduardo.

O design é um tanto quanto poluído - a despeito do belo banner principal, com uma boa foto do governador com a bandeira do Rio Grande do Norte ao fundo. Mas há um excesso de subdivisões, imagens coloridas e outras informações que pode acabar confundido a cabeça do visitante.

E olha que a página tem duas das medidas mais interessantes já encontradas nas análises - mas ambas são prejudicadas pelo problema do design. Em "Mapa de Trabalho", o internauta acessa um mapa do estado (via Google Maps) com algumas cidades em destaque; clicando nelas, aparecem ações realizadas pelo governador no município. Mas o mapa é pequeno, a navegação é um pouco confusa, talvez fosse melhor executar a (ótima) ideia em outra plataforma.

"Sou trabalhador", que aparece em um destaque pequeno na página inicial, tem uma coletânea de vídeos com depoimentos espontâneos pró-Iberê. E o internauta pode também enviar sua gravação. Boa alternativa, que merecia até ser melhor posicionada no site inicial.

O plano de governo é bem exposto, dividido em áreas, e o material de divulgação está em boa quantidade, disponível para download. Repete-se a falha de sempre no contato, inclusive no para a imprensa: o menu "Imprensa", em destaque na barra de navegação principal, remete a vídeos, fotos e outras informações que já estão em outros trechos da página.

Rosalba Ciarlini (DEM)
Excelente site. Utilizar a cor rosa para a campanha de uma candidata é algo meio clichê, mas que foi bem empregado neste caso - até porque a composição com o azul e o branco, as outras cores que dominam o design, está muito bem feita. (Curiosidade: a rosa presente no logotipo principal da candidatura é idêntica à que o PDT, partido do adversário Carlos Eduardo, utiliza em sua logomarca oficial.)

Em geral, a página inicial apresenta uma visualização muito boa. Está repleta de informações, mas a disposição delas ocorre da melhor maneira possível. Tudo fica bem posicionado, facilitando a navegação por parte do internauta e a visualização do conteúdo geral.

A biografia da candidata é muito bem apresentada. E não só visualmente: ações da vida pública de Rosalba ganham destaque, compondo assim muito bem a imagem da democrata. A presença dos dois candidatos ao senado da chapa - José Agripino e Garibaldi Alves - se dá no banner principal e também em um gif muito bem feito e bem posicionado na página inicial.

A rede "Amigos da Rosa", em formato Ning, é outra boa ação - mas informações lá presentes deveriam ser levadas à página principal, e não ficarem restritas aos internautas cadastrados.

Como críticas, registre-se o formulário como único caminho de contato (inclusive para a imprensa) e o plano de governo, que não é apresentado em setores.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Rio de Janeiro

Chegamos agora na letra R, e ao terceiro maior colégio eleitoral do Brasil. A disputa lá está polarizada entre o deputado Fernando Gabeira (PV) e o atual governador, Sérgio Cabral Filho (PMDB).

Fernando Gabeira (PV)
Se fôssemos levar o ditado "a primeira impressão é a que fica" a sério, rejeitaríamos o site de Gabeira. Porque o design da página inicial do deputado aposta em uma combinação estranha de diferentes tonalidades de verde que acaba gerando um efeito estranho.

Mas tal juízo seria equivocado. À parte desta falha no design, o site de Gabeira é muito bom. É bem informativo - tudo o que se precisa saber sobre o candidato e sua campanha está lá. As notícias são bem dispostas (e interessantes), vídeos e áudios são divulgados da maneira correta.

Há um diferencial na página. O campo "Transparência" fala sobre o que foi arrecadado e como foi investido esse dinheiro. Até agora, nenhuma das páginas consultadas trouxe esse tipo de informação. É algo que acaba pegando bem para o eleitor. Falando ainda de doações, a página tem um campo para tal - ainda que não da maneira mais recomendável, que seria a doação online, mas pelo menos as instruções estão passadas.

O site contribui de maneira eficiente para a participação do voluntariado. Pela página, se pode baixar material de campanha (wallpapers, banners e outros) e solicitar o envio de material impresso. Há também um canal exclusivo para o voluntariado, que traz atividades corriqueiras (e boas), como panfletagem e bandeiraço em diferentes localidades.


Paradoxalmente, o que é a maior virtude da página acaba sendo também sua principal falha. Para descobrir onde acontecerão os eventos, é preciso ser cadastrado na rede social - ou seja, acontece uma "burocratização" do acesso que acaba inibindo a divulgação do evento, bem como a presença de mais eleitores. E não há um único telefone ou endereço para contato - quem quiser falar com Gabeira e sua campanha, tem que apelar para o formulariozinho.

Sérgio Cabral Filho (PMDB)
O ponto onde está a maior falha da página de Gabeira é o que registra a maior virtude do site de seu principal adversário - o design do site de Cabral é ótimo. A página é muito bonita, e tem uma apresentação que remete a um site comercial. Ou seja, algo com o qual o internauta está mais habituado, e que estimula a navegação e a permanência no site.

A página inicial traz também uma sacada das melhores já analisadas até agora. É a caixa "Realizações", subdividida em nove ícones em que é dito o que o governador fez nas áreas de segurança, saúde, ambiente e outros. Como já dito em outras análises, um candidato com vida pública extensa tem a obrigação de apresentar o que já fez - e quando mais prática e direta essa apresentação for feita, melhor. O site de Cabral consegue isso.

Outra medida simples mas muito eficaz é a seção "Por que votar?". Lá há 15 textos curtos (um ou dois parágrafos) cada em que são apresentadas razões pelas quais um eleitor deve preferir Sérgio Cabral. Mais do que convencer o internauta, o mérito desta página está em dar ao visitantes argumentos para falar sobre o candidato em uma discussão. Ponto positivo.

Em "Imprensa", estão os telefones e emails para que o jornalista contate a campanha. Óbvio? Pois é, mas raramente feito.

Os dois principais tropeços do site estão na ausência do plano de governo - não existe, e nem há outras menções sobre o que o governador pretende fazer se reeleito, apenas citações em algumas notícias - e na ínfima ferramenta de contato, resumida ao formulariozinho.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sites dos candidatos ao governo - Piauí

Permanecemos no Nordeste agora para falar sobre o Piauí.

O estado tem uma das eleições para o governo mais disputadas do Brasil. Sílvio Mendes (PSDB) lidera as pesquisas, e o atual governador Wilson Martins (PSB) e o senador João Vicente (PTB) estão em seu encalço. Difícil prever quem irá ao segundo turno.

Porém, na elaboração dos sites esse equilíbrio não se reflete. Às análises:

João Vicente (PTB)
De longe, a melhor página entre as dos candidatos ao governo do Piauí.

E conquista isso sem muitas parafernálias e invencionices. É um site simples, mas com quase todas informações necessárias lá presentes, e de maneira adequada.

Por exemplo: a biografia do candidato, algo que há em todas as páginas, está subdivida em dois menus. Um é "Conheça o João Vicente", com seu perfil apresentado de maneira rápida e precisa. Já em "O que João Vicente fez", uma sacada muito boa - sob a forma de "Você sabia?", são apresentadas realizações que o candidato fez como senador. Além de exibir o que produziu o candidato, quando escritos nesse formato os feitos também servem para argumentação em um debate.

Outra medida extremamente simples, mas muito eficaz, está no menu "Apoios de Lideranças". Lá, está uma relação de pessoas que estão com o candidato, divididas de acordo com os municípios do estado. Por exemplo - lá se vê que em Campo Largo, Ozeas de Sousa Santos apóia João Vicente. Você conhece Campo Largo, sabe quem é Ozeas de Sousa Santos? Nem eu! Mas para os moradores da cidade, trata-se de uma campanha importante. Com essa descrição, a campanha de João Vicente se aproxima dos eleitores de todos os municípios, o que é vital em um pleito tão disputado.

Vale também destacar como ponto positivo a presença da foto de Lula e Dilma Rousseff no banner principal do site, ladeando João Vicente. Como já dito inúmeras vezes neste blog e em praticamente todos os lugares que abordam política, o presidente da República é o principal cabo eleitoral desta eleição. Ter ele ao seu lado é uma boa. João Vicente faz isso - e olha que PT e PMDB, os dois partidos principais da coligação de Dilma Rousseff, estão na coligação de Wilson Martins, o outro candidato, cujo site será analisado em breve.

As pisadas de bola da página acabam sendo as mesmas de sempre. O plano de governo é pessimamente exposto: o que se encontra é um calhamaço de texto sem nenhuma divisão que facilite a navegação. E o contato também se resume a um formulário.

Wilson Martins (PSB)
Ontem, ao analisar o site do pernambucano Eduardo Campos, do mesmo PSB que Wilson, disse que um dos feitos da página é harmonizar bem as cores do partido, o que nem sempre é realizado. Dito e feito: na análise do dia seguinte vemos o site de outro candidato do PSB que peca na utilização das cores.

E não só elas. O site do atual governador do Piauí é feio. O fundo branco com as fontes em cinza dificulta a leitura dos textos. A disposição de banners na página inicial não ajuda: os destaques ficam desconexos, parece que foram inseridos por acaso. O banner com o Twitter de Wilson é o maior exemplo - a impressão que fica é que ele não deveria estar ali.

O rodapé da página tem fotos e links para os sites de Dilma Rousseff (candidata à Presidência) e Wellington Dias e Antonio José, postulantes ao Senado. Vale o que foi dito na análise do site de João Vicente - se Wilson tem Lula e Dilma ao seu lado, isso deveria estar mais enfatizado na página. Quem bate os olhos nos dois sites acha que Lula prefere João Vicente a Wilson.

Os poucos méritos do site estão na disposição do plano de governo - de maneira fácil de navegar e bem didática - e na seção "Downloads", que traz muitos materiais. E só.

Sílvio Mendes (PSDB)
Embora bem menos que o de Wilson Martins, o site de Sílvio Mendes também é feio. Há um uso excessivo do fundo branco, e as fontes também em cinza não colaboram.

Por outro lado, a página incial se caracteriza pela boa quantidade de informações que leva ao internauta, o que é uma boa pedida.

A biografia de Sílvio, por exemplo, está repleta de informações. Soma dados da vida pessoal do candidato com suas realizações em cargos públicos. Legal, mas com um probleminha de navegação: a ser acessada, a página mostra uns primeiros parágrafos do texto e se tem a impressão que acaba ali. Poderia estimular mais a permanência do leitor na página com uma imagem que remetesse a essa divisão.

O programa de governo é pessimamente apresentado o que há ali é a transcrição do documento que os partidos devem apresentar ao TSE, um texto nada interessante ao leitor geral.

E a página acaba tendo trechos que são ideias boas, mas que se mostram mal-executadas. O maior desses exemplos é "Sílvio no Piauí": ali há um mapa do Piauí, dividido pelos municípios, com um ícone em cada um deles onde a campanha esteve. Legal, mas... ele esteve nesses locais quando? Fazendo o quê? Colocar só uma flechinha não quer dizer nada, a informação precisa estar integrada.