quarta-feira, 8 de julho de 2009

É positivo

Você conhece Emidio de Souza? A não ser que você seja da região de Osasco ou um ávido devorador do noticiário político, muito provavelmente sua resposta será "não". Então é bom que se acostume a esse nome: Emidio, cada vez mais, é um forte pré-candidato do PT ao governo do estado.

Emidio é prefeito de Osasco - eleito em 2004, reeleito em 2008 - e, antes disso, foi deputado estadual e vereador. Tem sido colocado na lista dos pré-candidatos do PT e uma série de conjecturas tem feito com que seu desconhecido nome ganhe força.

O primeiro e mais importante motivo é a falta de nomes petistas para o projeto. É só lembrar o que aconteceu na eleição passada. Um ano (2005) antes do pleito, falava-se de três possíveis candidatos do PT: o deputado João Paulo Cunha, a ex-prefeita Marta Suplicy e o senador Aloizio Mercadante. Mercadante acabou candidato e levou surra histórica de José Serra, que venceu no primeiro turno.

Peguemos esses três nomes e o analisemos no contexto atual. João Paulo Cunha, ainda em 2005, foi envolvido no escândalo do mensalão e o máximo que pode almejar hoje é o posto de deputado federal que mantém. Marta Suplicy saiu muito fragilizada após a derrota no pleito de 2008 da capital e é praticamente impossível que vença alguma eleição majoritária em São Paulo. Já Mercadante até que tem sua força, mas é mais negócio destiná-la ao Senado - ele tentará, ano que vem, renovar o mandato que obteve após as eleições de 2002.

Então o fato é que o PT não renovou seus quadros. Inlcusive, o nome que ainda está na frente de Emidio é o do deputado Antonio Palocci, que tem prestígio e força eleitoral, mas que sofreu um belo arranhão na sua imagem com o "escândalo do caseiro".

Arrisco um palpite: Emidio só deixará de ser candidato caso o PT abra mão de sua candidatura majoritária e embarque na aventura Ciro Gomes ou, como se cogita, a uma aliança com o PDT para a candidatura do prefeito de Campinas, Dr. Hélio.

Digo isso porque, até segunda ordem, a eleição para o governo do estado está nas mãos do PSDB, e seria suicida, da parte do PT, queimar Antonio Palocci e impedi-lo de buscar uma relativamente fácil reeleição ao mandato de deputado. Enquanto isso, Emidio é prefeito de Osasco e continuará ainda que dê vexame nas eleições do ano que vem. Ou seja: tem muito a menos que perder do que o ribeirão-pretano.

Acho que seria saudável ao PT o lançamento de Emidio. Assim, o partido se reoxigenaria, exporia um novo quadro para a opinião pública e deixaria claro que não é um partido composto somente pelos seus caciques. Entrevistei Emidio umas três vezes quando trabalhava no Visão Oeste e posso dizer que é um cara centrado, trabalhador, que não tem jeito de quem irá se deslumbrar com a grande responsabilidade que carregará. Sem dúvida, vai somar ao debate político do estado.

3 comentários:

Fernando Augusto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Augusto disse...

Vou achar interessante e estou torcendo para que o PSDB lance o Aloysio Nunes Ferreira e o PT o Emidio.
Pelo menos teremos algo diferente e vai ser legal ver o trabalho do marketing em cima de nomes pouco conhecidos.
Do ponto de vista do debate também pode ser bom, já que os dois não têm a imagem arranhada. Então, os temas da campanha não seriam apenas ética, corrupção, etc.

Joao Francisco Resende - http://twitter.com/joaofresende disse...

Nada contra o Emídio, mas é uma pena que o nome do Elói Pietá, ex-deputado, ex-prefeito reeleito da 2ª maior cidade de SP (Guarulhos), não seja cogitado como um possível candidato a Governador pelo PT. Quem conhece um pouco Guarulhos sabe que o Elói fez muito por uma cidade enorme e cheia de problemas. Nas eleições municipais de 2008 a sua candidata a sucessão (sua vice-prefeita) foi derrotada na disputa no diretório municipal do PT, mas o candidato do PT foi eleito, o que não deixa de indicar que ele conseguiu eleger seu sucessor na Prefeitura.
Penso que esta desconsideração pelo Elói ocorra por ele ser ligado a grupos não-dominantes no PT paulista.