Aécio teve 11%. O que, em uma pesquisa espontânea, e realizada a pouco menos de um ano da eleição, é muita, mas muita coisa. Porque as pesquisas espontâneas apontam o piso de uma candidatura. A não ser que haja escândalos ou algum outro fator externo, é quase impossível ver uma candidatura indo para patamares abaixo dos apontados em pesquisas espontâneas.
Isso, somado à baixa rejeição - Aécio tem 5%, contra 11% de Serra e 12% de Dilma, também segundo Vox Populi e IstoÉ - faz com que Aécio se encha de musculatura para uma eventual campanha.
Endosso a análise do amigo Alan Kardec Borges no Voto é Marketing. Serra lidera a maior parte das pesquisas hoje, mas grande parte desse triunfo pode ser seguramente atribuído ao fato dele ser o pré-candidato mais conhecido do eleitorado - foi ministro, candidato à presidência e é governador do estado mais populoso do Brasil.
Serra cresceria se conseguisse canalizar todos os votos de oposição a Lula. Acontece que o governo federal tem sido muito bem avaliado, então é mais lógico pensar que sua candidata sai à frente (lembrando que não se trata de "transferência de votos", e sim da avaliação de uma gestão, o que é bem diferente).
O quadro de 2006 também nos faz pensar que Aécio pode ser, para o PSDB, uma opção mais sólida do que Serra. Naquela eleição, lembremos, Lula perdeu nos três estados do Sul e também em São Paulo. Este eleitorado, via de regra, tenderá a votar novamente no candidato do PSDB, seja qual for. A chave, para os tucanos, seria reverter a boa margem que Lula tem no restante do Brasil.
Mais carismático, menos "paulista", mais acessível, Aécio parece ser mais viável do que José Serra.
E o Vox Populi dá sustentação a isso, pela primeira vez.
E o Vox Populi dá sustentação a isso, pela primeira vez.
Serra segue sendo tratado como o principal candidato tucano à presidência. E declarações de Aécio, sinalizando uma candidatura ao Senado, já soaram como uma certa desistência. Mas uma dica ao mineiro é manter a toalha nas mãos. Ainda não é hora de jogá-la.
7 comentários:
ótima avaliação Olavo! só uma ressalva: existem dois tipos de transferencia de votos, e uma delas é por avaliação de governo. A outra é mais pessoal, por prestígio.
O Aécio está no páreo, sem dúvida, e não sei quem seria o candidato mais forte do PSDB (e espero sinceramente que eles escolham o mais fraco, rs).
Sobre a comparação com 2006, há que se pensar. Naquele ano, Lula chegava à eleição "sangrando", nos termos de FHC, por conta da crise do mensalão. E o segundo mandato do presidente foi bem melhor e deixou marcas mais positivas que o primeiro.
Dito isso, em São Paulo, o objetivo do PT deve ser mesmo perder de pouco. Mas no Sul a coisa pode ser diferente. No RS, por exemplo, Tarso Genro lidera as pesquisas para o governo do estado, possível reflexo das tragédia que parece estar sendo a gestão da tucana Yeda Crusius (primeira vez que o PSDB chega ao governo daquele estado). No Paraná, em se fechando de fato a aliança com PMDB e PDT, Dilma terá apoio (em maior ou menor grau, claro) de Roberto Requião e Osmar Dias, coisa que Lula não teve em 2006. De Santa Catarina, confesso, não sei de nada, rs.
Por fim, e correndo o risco de soar paranóico, acho muito estranho que o Lula tenha só 2% a mais que o Aécio numa pesquisa espontânea...
Se o Lula pudesse ser candidato não perderia. Mas da Dilma acho que até o Dr. Dib ganha.
Se o PSDB escolher o Aécio, aí sim teremos uma eleição disputada ano que vem. Aliás, e esse encontro AécioXCiro hoje heim??
A frase de Ciro é muito significativa: "Se o governador Aécio Neves se viabilizar candidato a presidente da República, penso que sua presença é tão importante para o Brasil que a minha candidatura não é necessária mais.”
Eu não gosto dele... Mas, é menos ruim que o Serra!!!
Sobre Aécio e Ciro, o Paulo Henrique Amorim escreveu hoje e acho que faz sentido, desde que tomemos como fato que o Ciro é aliado incondicional do Lula: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=22618
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