quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Yes, os republicanos também can

Quando Obama venceu, muitos se ocuparam em celebrar seu triunfo como sendo um símbolo da "mudança de mentalidade" americana. Segundo essa análise, os estadunidenses, ao eleger o democrata, mostrariam ao mundo que são diferentes do que foram em 2000 e, principalmente, em 2004, ao eleger e reeleger George W. Bush.

Mas aí o tempo passa e mostra que tal análise foi um tanto quanto imprecisa. Ou que nem deveria ter sido feita.

Em eleições realizadas nessa semana, o Partido Republicano, de Bush e opositor a Obama, teve três vitórias das mais expressivas. Conquistou a prefeitura de Nova York (favas contadas, já que a reeleição de Michael Bloomberg era dada como certa) e os governos dos estados de Nova Jersey e Virginia, com Christopher Christie e Robert McDonell.

Nova Jersey e Virginia são estados importantes. Respectivamente, o nono e o 12º mais populoso da nação. E ambos localizados no Leste americano, tido como mais moderno e democrata.

Nos EUA, os republicanos têm celebrado suas vitórias como uma espécie de "ressurreição" do partido - combalido e até mesmo tido como morto após a vitória de Barack Obama no ano passado. E há quem julgue que as vitórias de Christie e McDonell são, acima de tudo, uma derrota do próprio Obama, acontecida na primeira grande eleição após a chegada do ex-senador à Casa Branca.

Vale lembrar que, também ontem, o Maine, estado no Nordeste americano, rejeitou o casamento gay em consulta às urnas.

O que tudo isso demonstra? Que o pensamento conservador nos EUA ainda é forte e não pode ser desprezado. E que não se modifica em apenas uma eleição. A vitória de Obama foi emblemática e expressiva, mas, se pegarmos a história - e não só dos EUA - veremos que regimes democráticos são assim mesmo, marcados por alternâncias sucessivas de governantes e, mais que isso, de linhas de pensamento. Nada fora do que é, ou deveria ser, o padrão.

Em tempo: não condeno, de forma alguma, a existência desse "pensamento conservador" estadunidense. Inclusive, o valorizo - a democracia tem que ter todas as correntes e acho interessante que, por lá, os conservadores não tenham vergonha de se assumir como tal (diferente da hipocrisia brasileira, quando os sujeitos mais direitistas recusam-se a se denominar assim).

Um comentário:

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado