Quando Obama venceu, muitos se ocuparam em celebrar seu triunfo como sendo um símbolo da "mudança de mentalidade" americana. Segundo essa análise, os estadunidenses, ao eleger o democrata, mostrariam ao mundo que são diferentes do que foram em 2000 e, principalmente, em 2004, ao eleger e reeleger George W. Bush.
Mas aí o tempo passa e mostra que tal análise foi um tanto quanto imprecisa. Ou que nem deveria ter sido feita.
Em eleições realizadas nessa semana, o Partido Republicano, de Bush e opositor a Obama, teve três vitórias das mais expressivas. Conquistou a prefeitura de Nova York (favas contadas, já que a reeleição de Michael Bloomberg era dada como certa) e os governos dos estados de Nova Jersey e Virginia, com Christopher Christie e Robert McDonell.
Nova Jersey e Virginia são estados importantes. Respectivamente, o nono e o 12º mais populoso da nação. E ambos localizados no Leste americano, tido como mais moderno e democrata.
Nos EUA, os republicanos têm celebrado suas vitórias como uma espécie de "ressurreição" do partido - combalido e até mesmo tido como morto após a vitória de Barack Obama no ano passado. E há quem julgue que as vitórias de Christie e McDonell são, acima de tudo, uma derrota do próprio Obama, acontecida na primeira grande eleição após a chegada do ex-senador à Casa Branca.
Vale lembrar que, também ontem, o Maine, estado no Nordeste americano, rejeitou o casamento gay em consulta às urnas.
O que tudo isso demonstra? Que o pensamento conservador nos EUA ainda é forte e não pode ser desprezado. E que não se modifica em apenas uma eleição. A vitória de Obama foi emblemática e expressiva, mas, se pegarmos a história - e não só dos EUA - veremos que regimes democráticos são assim mesmo, marcados por alternâncias sucessivas de governantes e, mais que isso, de linhas de pensamento. Nada fora do que é, ou deveria ser, o padrão.
Em tempo: não condeno, de forma alguma, a existência desse "pensamento conservador" estadunidense. Inclusive, o valorizo - a democracia tem que ter todas as correntes e acho interessante que, por lá, os conservadores não tenham vergonha de se assumir como tal (diferente da hipocrisia brasileira, quando os sujeitos mais direitistas recusam-se a se denominar assim).
Escolhendo um emprego
Há 2 anos
Um comentário:
intiresno muito, obrigado
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