Falo mais sobre os aspectos "futebolísticos" da eleição no Futepoca. Aqui, queria abordar mais questões de marketing político que se fizeram presentes na disputa.
Antes de mais nada, é preciso entender como funcionam as eleições do Santos. No clube, votam associados com mais de três anos de filiação. É um universo de cerca de 10 mil pessoas. Mas, tradicionalmente, são cerca de 2.500 os votantes - o voto não é obrigatório.
Num cenário como esse, fica evidente que uma tarefa essencial para ambos os grupos que disputam o poder é a captação de novos eleitores - mais prioritária do que o convencimento e a tentativa de reversão de quem vota do outro lado. Afinal, é mais fácil convencer quem ainda não tem opinião formada do que tentar cooptar aquele que tem posição firme de outro lado.
A oposição do Santos tem atuado nesse sentido desde 2002. Já visando os próximos pleitos, se iniciou aí uma campanha pela associação de torcedores. Além dos benefícios relacionados ao cotidiano de torcedor (como meia-entrada e garantia de ingressos nos jogos), sempre foi enfatizada a possibilidade de colaborar para a modificação dos destinos do clube.
Toda essa situação explica a euforia que estavam apoiadores da oposição santista ontem, ainda antes da apuração, quando foi anunciado o total de votantes: 3.024 pessoas. Acreditava-se que grande parte desse contingente era formada por novos sócios, e, desse grupo, a ampla maioria deveria estar do lado da candidatura de Luís Álvaro.
Quando foi concluída a apuração, os números evidenciaram que a ideia fazia sentido.
Mas é quando comparamos os números de 2009 com os das eleições anteriores é que conseguimos ter certeza da eficácia da tática.
Em 2003, Marcelo Teixeira teve 1.525 votos; Luís Álvaro, 990. Em 2005, foram 1.335 votos para Marcelo Teixeira contra 748 para Paulo Schiff, o escolhido da oposição na ocasião. Teixeira e Schiff se enfrentaram novamente em 2007 - mais uma vitória de Teixeira, que teve 1.367 votos contra 617 do opositor.
Antes de mais nada, é preciso entender como funcionam as eleições do Santos. No clube, votam associados com mais de três anos de filiação. É um universo de cerca de 10 mil pessoas. Mas, tradicionalmente, são cerca de 2.500 os votantes - o voto não é obrigatório.
Num cenário como esse, fica evidente que uma tarefa essencial para ambos os grupos que disputam o poder é a captação de novos eleitores - mais prioritária do que o convencimento e a tentativa de reversão de quem vota do outro lado. Afinal, é mais fácil convencer quem ainda não tem opinião formada do que tentar cooptar aquele que tem posição firme de outro lado.
A oposição do Santos tem atuado nesse sentido desde 2002. Já visando os próximos pleitos, se iniciou aí uma campanha pela associação de torcedores. Além dos benefícios relacionados ao cotidiano de torcedor (como meia-entrada e garantia de ingressos nos jogos), sempre foi enfatizada a possibilidade de colaborar para a modificação dos destinos do clube.
Toda essa situação explica a euforia que estavam apoiadores da oposição santista ontem, ainda antes da apuração, quando foi anunciado o total de votantes: 3.024 pessoas. Acreditava-se que grande parte desse contingente era formada por novos sócios, e, desse grupo, a ampla maioria deveria estar do lado da candidatura de Luís Álvaro.
Quando foi concluída a apuração, os números evidenciaram que a ideia fazia sentido.
Mas é quando comparamos os números de 2009 com os das eleições anteriores é que conseguimos ter certeza da eficácia da tática.
Em 2003, Marcelo Teixeira teve 1.525 votos; Luís Álvaro, 990. Em 2005, foram 1.335 votos para Marcelo Teixeira contra 748 para Paulo Schiff, o escolhido da oposição na ocasião. Teixeira e Schiff se enfrentaram novamente em 2007 - mais uma vitória de Teixeira, que teve 1.367 votos contra 617 do opositor.
E agora, em 2009, Luís Álvaro recebeu 1.882 votos e Marcelo Teixeira, 1.129.
Percebe-se que a votação de Marcelo Teixeira caiu, sim; mas de maneira muito, mas muito menos significativa do que o crescimento dos votos da oposição. Apenas numa comparação entre 2007 e 2009, vê-se que foi um aumento de mais de 200%.
Votos que eram de Marcelo Teixeira e que migraram de lado? Parte deles, talvez. Mas mais que isso, a chave foram os novos eleitores. Gente que não se fazia presente nos outros anos (por inúmeros fatores, entre eles restrições estatutárias) e que agora puderam depositar seus votos.
De certo modo, a eleição de Luís Álvaro lembra, nesse sentido, o triunfo de Barack Obama nos EUA em 2008. O "Yes, We Can" do americano se materializou muito mais com a atração de novos eleitores do que com a retirada de votos dos republicanos.
O recado que fica é um tanto quanto óbvio, mas que vale ser ressaltado: o foco tem que estar nos eleitores, sempre. De nada adianta fazer pirotecnias que só vão alcançar aqueles que não têm poder para reverter a eleição.
2 comentários:
ótimo artigo, que demonstra o quanto essa campanha foi profissional.
provavelmente o tempo passou e mais oposicionistas tornaram-se elegíveis ao voto.
sugestão de pauta: quais absurdos foram colocados no estatuto do MT e que precisam ser revistos urgente
Abraços!
Sette
Bela análise, isso demonstra que o poder do VOTO ainda tem valor. Claramente pudemos ver nas urnas do Santos, em Santos, que elas tem que se expandir para novas fronteiras fora cidade.
Já existe exemplo a ser seguido como o Inter-RS que em todas as cidades do estado tem urnas para seus ASSOCIADOS.
Postar um comentário