sexta-feira, 23 de julho de 2010

A frescura em relação ao casamento gay

Uma frase batida, porém engraçada, é aquela que diz que para um cara se assumir gay, precisa ser muito macho. O jogo de palavras se baseia no fato de que o “macho” da frase não faz referências a comportamentos sexuais, e sim ao fato de ter firmeza para tomar uma posição e manter-se situado nela mesmo com os inúmeros questionamentos que aparecerão.

Dá para fazer um paralelo com essa sentença para afirmar que, no Brasil, estão faltando políticos “machos” em relação às suas posturas sobre o casamento entre homossexuais. Ainda mais agora, que o assunto veio à tona, com a recente aprovação da união gay na Argentina.

Como em todos os lugares, há no Brasil gente a favor e contrária à união homossexual. Cada um com seus argumentos, e o respeito à posição dos dois lados é o que configura uma democracia saudável.

Porém, entre os políticos – ao menos os de ponta – há um pensamento que é, de certo modo, hegemônico. É só ver como se portam os grandes candidatos quando questionados sobre o tema. Invariavelmente, o discurso que aparecerá é algo como “respeitamos as diferenças, precisamos incluir essas pessoas, condenamos a discriminação”, e um blábláblá que não se sustenta quando a pessoa é desafiada a chegar ao ponto máximo do tema: que tal lutar pela aprovação da união homossexual?

Sempre que perguntado sobre o tema, o presidente Lula se coloca a favor dos direitos dos homossexuais. O PT tem militância histórica ligada ao tema, e a gestão do presidente será concluída com uma série de medidas benéficas à população homossexual. Mas e a aprovação do casamento? Será que Lula, em oito anos de governo (e maioria no Congresso), não seria capaz de fazer com que isso virasse uma realidade?

Acontece que Lula sabe que o assunto é polêmico. E parte do seu eleitorado é contra a união homossexual. Por isso essa postura incerta – que pode ser ao mesmo tempo elogiada e criticada por ambos os lados.

É compreensível que, como estratégia eleitoral e política, os candidatos a cargos majoritários não queiram ter uma posição mais firme sobre o assunto, buscando sempre um consenso universalmente palatável.

Mas acredito que para os que querem se candidatar ao Legislativo – e não me refiro somente a senadores e deputados federais, que são quem poderia efetivamente atuar nessa questão, mas também a deputados estaduais e até mesmo vereadores – marcar posição é, sim, algo que é, além de honesto, eleitoralmente positivo.

O eleitor quer ser representado. Ele quer que no poder estejam pessoas que pensam de maneira similar a ele. Quer votar em quem, acredita, tem ideais similares aos seus e os utilizará quando estiver com um cargo em mãos. E o candidato que se posiciona de maneira firme em temas relevantes como esse tem mais um capital a seu favor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Olavo!

Sou torcedor do Vitória e membro da FA e FñA (embora não comento). Estou indo pra Santos amanhã e ouvi algumas pessoas comentando que a hostilidade com a torcida visitante aí é bastante grande. É verdade? Dá pra ir ao estádio com a camisa de meu time numa boa? Algum conselho?

Se vier pra cá, saiba que aqui na Bahia não existe maiores problemas quanto a isso. Embora sempre é bom ficar na sua e chegar cedo.

De antemão, valeu qualquer ajuda!

Att,

Felipe Campos

Anônimo disse...

Apoiadíssimo! Que votem de acordo com suas ideias e conceitos, para que talvez haja um reflexo da sociedade em seus políticos, o que não vejo hoje em dia.
Porém, me pergunto se a postura da população homossexual ainda não é passiva demais? (sem duplo sentido).
Não seria a hora de sermos mais enérgico.
Que haja uma resposta minha gente! E que assumam a bronca quem tiver de assumir...


Abs,
C. Cruz.