terça-feira, 6 de julho de 2010

Valendo!

A partir de hoje, a campanha eleitoral está oficialmente liberada: acabou a lenga-lenga da "pré-candidatura" e da hipocrisia que fazia com que candidatos tivessem que maquiar seus discursos e aparições públicas. Hoje todo mundo é candidato, todo mundo faz campanha, todo mundo pede voto.

E o que será a campanha eleitoral de agora? Difícil prever. Há dúvidas sobre ela em dois aspectos.

O primeiro diz respeito à forma. Será a primeira campanha presidencial brasileira pós-eleição de Barack Obama nos EUA e o furor que tal fato causou em relação ao uso da internet - e também o primeiro pleito depois que a lei eleitoral permitiu que a rede fosse mais utilizada. Deve-se também levar em conta a melhoria na qualidade de vida da população, do poder aquisitivo, o que sugere que a utilização das mídias digitais para se fazer campanha é algo em tese mais eficaz. Será que os candidatos saberão lidar com as novas ferramentas? Será que elas terão um peso concreto nas eleições de agora ou ainda ficarão como algo "para o futuro"?

E o outro aspecto, claro, é quanto ao conteúdo das campanhas. Na eleição presidencial, há a candidatura "oficial" que tem como pró a ampla aprovação que tem o governo e como contra o fato de sua candidata jamais ter disputado uma eleição. Dilma tem tudo para vencer - e em primeiro turno. Mas ainda não se sabe como reagirá quando sua imagem for efetivamente massificada. Por outro lado, José Serra tem que se mostrar como diferente de sua candidata, mas com cuidado para não ferir um eleitorado que é, no mínimo, simpático ao governo Lula.

Aos poucos, o blog vai acompanhar a movimentação das campanhas nas ruas e discutir o que tem sido feito por aí. A expectativa é que tenhamos uma campanha mais limpa e qualificada do que as anteriores. Esperemos.

2 comentários:

andrefsc@yahoo.com.br disse...

Eu acredito que o bom uso da internet pode ajudar a definir uma eleição. Nada me tira da cabeça que, em 2008, na eleição pra prefeito de BH, foi uma "campanha extra-oficial" por troca de emails quando o temeroso candidato do PMDB assumiu a liderança nas pesquisas a responsável por sua derrota. Isso atinge muito os tais "formadores de opinião", que me parece serem bem decisivos pra uma eleição.
Por outro lado, não acredito que qualquer tipo de manobra, de qualquer espécie, impeça a vitória da candidata do PT.

Anselmo disse...

não parece que a campanha vai ser mais limpa em termos de debate. O padrão de e-mails que circulam de parte a parte e a reação das pessoas (serristas e dilmistas) em relação a qualquer informação é o que dita meu ceticismo. Se convém, a informação é passada para frente sem se pensar muito. Se não convém, as acusações de estar a serviço do rival são instantâneas...
mas posso estar enganado.