segunda-feira, 5 de abril de 2010

A eleição paulista mais emocionante em 2010

Com os nomes já postos à mesa, já não vivemos mais aquela fase da especulação sobre quem serão os candidatos aos determinados cargos. Agora é hora de se debruçar sobre pesquisas e análises para ver como andarão os nomes já apresentados pelos partidos.

A situação faz com que em São Paulo a eleição para o governo estadual seja transformada, até terceira ordem, num baita marasmo. Como José Serra foi confirmado o candidato tucano à Presidência da República, não tentará a reeleição ao governo; e o PSDB não deu bola à possíveis pressões internas e confirmou o nome de Geraldo Alckmin. Tarimbado, bem-visto pelo eleitorado paulista, Alckmin será eleito novamente e tem tudo para levar a fatura no primeiro turno.

O PT lançará Aloizio Mercadante para disputar com o ex-governador. Apesar de ser uma candidatura mais lógica, mais coerente e mais respeitável que a de Ciro Gomes, está fadada ao fracasso. Há quem diga que o PT precisa repetir candidaturas para ter sucesso na busca pelo controle do estado; já eu avalio que Mercadante abrirá mão de uma tranquila reeleição ao Senado para apanhar feio de Alckmin e prejudicar sua reputação política.

O prejuízo não ficará pior para o PT porque, pelas pesquisas que têm sido divulgadas, o partido tem tudo para faturar com facilidade uma vaga no Senado. E na pessoa de Marta Suplicy - ex-prefeita paulistana que, embora tenha deixado o cargo bem-avaliada, fracassou na busca de sua reeleição e também na tentativa, em 2008, de retomar o cargo.

Os números são impressionantes e deixam claro que Marta vencerá, sim, a eleição (e formará uma interessante bancada ao lado de seu ex-marido Eduardo - caso único na política nacional?).

O bicho pegará para a segunda vaga - e é ai que entra a "emoção" que cito no título do post.

Pelo levantamento do Datafolha, Romeu Tuma (DEM, o atual senador), Orestes Quércia (PMDB), Netinho de Paula (PCdoB) e Soninha (PPS) estão próximos entre si, com vantagem para os dois veteranos.

O que Tuma e Quércia têm de superior em relação a Netinho e Soninha é justamente o fato de representarem um eleitorado mais à direita, que talvez não queira abrir mão de se ver representado no Senado - Aloysio Nunes (PSDB), que poderia ser o outro nome dessa categoria, não tem um bom desempenho e é difícil imaginá-lo indo muito mais além do que o registrado atualmente (o fato de ser o nome dos provavelmente vitoriosos em São Paulo Alckmin e Serra não muda muita coisa - é só ver o desempenho pífio que José Aníbal teve em 2002).

Por outro lado, o potencial de crescimento de Tuma e Quércia é menor que os de Netinho e Soninha. Tanto Tuma quanto Quércia são velhos na política e não é muito crível imaginar que seus eleitorados possam evoluir muito. Netinho e Soninha desfrutam de uma fama à parte da política que pode contribuir, e muito, para que eles voem mais nessa caminhada.

Taí uma eleição que tem tudo para ser decidida voto a voto.

Um comentário:

Nicolau disse...

Acho que o pessoal da direita vota em um dos dois velhos na reta final. Eu apostaria em Tuma. A chance de Soninha seria extamente conseguir cativar esse eleitorado, mas acho a missão difícil. Imagino que Netinho tenha um eleitorado em comum com Marta nas pariferias da Grande SP. Como cada eleitor vota duas vezes, pode se beneficiar. Minha aposta seria mesmo Marta e Tuma. Não acho muito possível um estado como SP ter 2 senadores do PT e mais um do PCdoB...