segunda-feira, 21 de março de 2011

Novo partido é um problema?

Nestes últimos dias foi formalizada a criação do Partido Social Democrata (PSD), o mais novo partido brasileiro. A sigla, como já é sabida, nasceu da insatisfação do prefeito paulistano Gilberto Kassab com o DEM, partido ao qual era filiado há anos. Kassab queria ter mais autonomia dentro de um partido - e também se aproximar do governo federal -, viu que não poderia consegui-lo no DEM, temeu mudar de partido e ser acuado pela lei da fidelidade partidária, e então constatou que a criação de uma nova sigla seria o caminho mais adequado.

Um dos principais aliados de Kassab na nova sigla será o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, também ex-DEM.

Ao contrário do que se previa inicialmente, o PSD disputará eleições em 2012 (as primeiras conversas sugeriam que o partido se fundiria imediatamente com o PSB). Ou seja, teremos um partido novo na próxima disputa, que elegerá prefeitos e vereadores.

Cabe então discutir como se dará o trabalho de marketing de um partido que enfrentará sua primeira eleição.

Poderíamos dizer que o PSD passará apertos, já que, justamente por ser novato, não é conhecido do eleitorado e não tem um recall de eleições anteriores. Mas acredito que o que tende a ocorrer é justamente o oposto. Com exceção de PT e PSDB (e também o PMDB, mas em menor grau), há algum grande partido, em termos de conhecimento do eleitorado? Percebam que não estou falando em número de filiados, muito menos fazendo um juízo de valor sobre as siglas. Me refiro ao peso de suas marcas.

Questiono: haverá muita diferença, para o eleitor comum, entre PSD e PSB, PTB, PDT, DEM, PR e as outras siglas que compõem o espectro político nacional?

O eleitor brasileiro não vota em propostas e nem em partidos, e sim em pessoas - e aí não estou fazendo nenhum raciocínio genial, mas apenas inferindo sobre o que a história das eleições nos mostram. E pessoas o PSD tem - o prefeito da maior cidade e o vice-governador do maior estado do Brasil não são pouca coisa.

Durante as eleições de 2008, Kassab venceu em uma São Paulo recebendo votos de eleitores que não estavam interessados em votar em ninguém do PT nem do PSDB, e sim em alguém cujo estilo administrativo os agradava. A formalização do novo partido faz de Kassab candidatíssimo ao governo de São Paulo em 2014 (ainda que pesquisas recentes apontem que sua popularidade na capital paulista vai de mal a pior).

De todos os problemas que Kassab enfrentará nas suas próximas empreitadas, o fato de ser de um partido novo tende a ser o menor deles.

E cobrem-me, leitores: assim que o PSD divulgar sua logomarca e seu site, farei uma análise aqui.