sskennel/flickr

Agora, neste presente momento, não há um motivo específico para falar sobre ela - acredito que não seja justo relacioná-la ao ataque do Arizona, que vitimou a congressista democrata Gabrielle Giffords.
É só uma divagação a qual cheguei a pensar um pouco sobre a figura de Palin e seu posicionamento político.
Como dito no post de julho do ano passado, Sarah Palin é, de longe, a mais forte candidata a ser "a primeira mulher presidente dos EUA", ao menos no tempo corrente. A matemática é simples: os EUA têm dois partidos fortes, o Democrata e o Republicano; se Barack Obama fizer um bom governo, será candidato natural à reeleição, e então Hillary Clinton (ou outra liderança do partido) terá que esperar; se fizer um mau governo, é pouco provável que seja sucedido por um republicano; e entre os republicanos, que podem chegar à Casa Branca já em 2012 ou na eleição seguinte, não há mulher mais forte do que Palin.
Prossigamos.
Quando minorias conquistam posições importantes, é natural tratar o acontecimento como "histórico", "emblemático", "fruto de uma nova época" e assim por diante. As barreiras vêm caindo, chegará um dia em que estes acontecimento serão (felizmente) vistos como "normais", mas ainda não o são.
Então o mundo ainda se exalta quando os EUA têm seu primeiro presidente negro; o Brasil, sua primeira chefe de estado mulher; e não tardará muito para vermos presidentes/governadores/lideranças em geral abertamente homossexuais, ou com deficiência física, seguidores de religiões menos populares, entre outras.
Mas voltamos às barreiras. A da Presidência dos EUA - o cargo político mais importante do mundo - foi quebrada para os negros com a vitória de Barack Obama. Falta ainda a das mulheres.
E é aí que chego ao ponto curioso. Não será interessante ver tal barreira histórica ser rompida por uma candidatura... de direita?
Nos habituamos a ver as transformações sociais sendo conduzidas pelas lideranças de esquerda. E aí se encaixam desde as revoluções, como as de Cuba e da URSS, até as lutas cotidianas empreendidas pelos militantes das minorias - feminismo, luta LGBT, campanhas pela igualdade religiosa são causas que, embora em sua essência não atendam às diretrizes direita/esquerda, costumam ser tocadas por gente que é mais simpática a Karl Marx do que a Adam Smith.
Por tudo isso será um tanto quanto estranho caso Palin se torne presidente do EUA considerar que "um tabu está quebrado". O tabu das mulheres estará; mas da política empreendida, não. Será difícil cravar o possível acontecimento como uma vitória das "minorias" - ou, como a própria ex-governadora republicana se define, do "conservadorismo".
Como dito no post de julho do ano passado, Sarah Palin é, de longe, a mais forte candidata a ser "a primeira mulher presidente dos EUA", ao menos no tempo corrente. A matemática é simples: os EUA têm dois partidos fortes, o Democrata e o Republicano; se Barack Obama fizer um bom governo, será candidato natural à reeleição, e então Hillary Clinton (ou outra liderança do partido) terá que esperar; se fizer um mau governo, é pouco provável que seja sucedido por um republicano; e entre os republicanos, que podem chegar à Casa Branca já em 2012 ou na eleição seguinte, não há mulher mais forte do que Palin.
Prossigamos.
Quando minorias conquistam posições importantes, é natural tratar o acontecimento como "histórico", "emblemático", "fruto de uma nova época" e assim por diante. As barreiras vêm caindo, chegará um dia em que estes acontecimento serão (felizmente) vistos como "normais", mas ainda não o são.
Então o mundo ainda se exalta quando os EUA têm seu primeiro presidente negro; o Brasil, sua primeira chefe de estado mulher; e não tardará muito para vermos presidentes/governadores/lideranças em geral abertamente homossexuais, ou com deficiência física, seguidores de religiões menos populares, entre outras.
Mas voltamos às barreiras. A da Presidência dos EUA - o cargo político mais importante do mundo - foi quebrada para os negros com a vitória de Barack Obama. Falta ainda a das mulheres.
E é aí que chego ao ponto curioso. Não será interessante ver tal barreira histórica ser rompida por uma candidatura... de direita?
Nos habituamos a ver as transformações sociais sendo conduzidas pelas lideranças de esquerda. E aí se encaixam desde as revoluções, como as de Cuba e da URSS, até as lutas cotidianas empreendidas pelos militantes das minorias - feminismo, luta LGBT, campanhas pela igualdade religiosa são causas que, embora em sua essência não atendam às diretrizes direita/esquerda, costumam ser tocadas por gente que é mais simpática a Karl Marx do que a Adam Smith.
Por tudo isso será um tanto quanto estranho caso Palin se torne presidente do EUA considerar que "um tabu está quebrado". O tabu das mulheres estará; mas da política empreendida, não. Será difícil cravar o possível acontecimento como uma vitória das "minorias" - ou, como a própria ex-governadora republicana se define, do "conservadorismo".