Ontem, fazendo uso de horário de que dispõe segundo as regras da Justiça Eleitoral, foi a vez do pequeno PMN ocupar a chamada "rede nacional de rádio e televisão". E o que se viu foi mais um horário político que repetiu os vícios que fazem com que essas peças sejam enfadonhas, improdutivas e um belo desperdício de dinheiro e tempo.
Nem me refiro ao cenário feio e aos efeitos visuais que lembravam os programas de TV dos finais dos anos 1980. Isso é algo que se deve à falta de dinheiro, algo que os partidos pequenos convivem diariamente. Não se poderia esperar coisa diferente de uma legenda pequena.
A crítica que faço é ao discurso adotado pelos figurões do PMN no horário eleitoral. A falação dos políticos foi vazia, em nada atraente, de maneira nenhuma cativante ao eleitor. Por exemplo: Sérgio Petecão (foto), deputado federal pelo Acre, falou sobre a Amazônia. Não reproduzo com exatidão as palavras do parlamentar, mas foi algo mais ou menos assim: "defender a natureza e estimular a atividade econômica na região. Essa é a proposta do PMN!".
Aí pergunto: como assim, "essa é a proposta do PMN"? Alguém conseguiu identificar alguma "proposta" na fala de Petecão? Ou será que tem algum partido que ache que não se deve "defender a natureza e estimular a atividade econômica na região"?
Pouco depois, quem falou foi Fábio Faria, o deputado potiguar que está no centro das atenções por ter custeado a viagem de sua então namorada Adriane Galisteu com recursos da Câmara. Ignoremos esse episódio e tentemos manter o foco sobre a propaganda de ontem. Faria fez seu "discurso" baseado na importância do turismo para o Nordeste. Mais uma vez, palavras vazias: "o PMN é a favor de parcerias com a rede hoteleira para que o turismo avance ainda mais" (reafirmo que não é uma transcrição literal, mas sim a reprodução da essência das palavras). Ora, alguém aí esperava que um deputado - seja de qual estado for! - falasse algo diferente?
Não sei até quando os partidos brasileiros acharão que os eleitores querem se sensibilizar com esse tipo de discurso óbvio. Reparem que é sempre a mesma ladainha - todos se dizendo a favor do que é certo e contra o que é errado. O exemplo sobre o qual me baseio é o PMN, um partido minúsculo, mas o vício se repete em legendas de todo porte. Nas maiores, a única diferença é o posicionamento pró ou contra o governo do momento, dependendo para que lado a balança esteja pendendo.
Já é hora de um partido tomar a dianteira e falar, no horário eleitoral, de suas posições convictas. Por exemplo, dizer que é contra/a favor do aborto, da pena de morte, do casamento homossexual ou outra causa. É nítido que isso, no mínimo, chamaria mais atenção por parte dos eleitores.
Clodovil
Ainda na linha horário eleitoral: o PR, em suas inserções no rádio (não sei se isso também tem ocorrido na televisão, agradeço se alguém puder atualizar) tem feito homenagens a Clodovil Hernandes, morto recentemente. A peça é das mais hipócritas, por dois motivos: o primeiro é que Clodovil nunca foi um exemplo de político, e a segunda é que sua relação com o PR foi pra lá de formal, nada tendo a ver com os "ideais" da sigla (se é que eles existem). Mas, do ponto de vista eleitoral, é até interessante, já que há um grande número de eleitores de Clodovil a serem captados na votação do ano que vem. Para onde se dirigirá o voto de protesto que elegeu o ex-costureiro, alguém arrisca?
Escolhendo um emprego
Há 2 anos
2 comentários:
Bom texto
abraço amigo
Leopoldo Veiga Jardim
www.leopoldoveigajardim.blogspot.com e www.praticadobem.blogspot.com
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semelokertes marchimundui
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