Ainda não sei como interpretar a ascensão do movimento Marina Silva Presidente. A ideia se propaga pela internet e, aparentemente, seus autores querem que ela seja interpretada como uma sugestão espontânea, um clamor autêntico das massas virtuais; mas manifestações públicas e abertas do Partido Verde a favor da proposta, além de declarações evasivas da própria senadora, podem sugerir que a mobilização não é tão autêntica assim.
De qualquer forma, não deixa de ser uma situação interessante. Em primeiro lugar, por acarretar a saída de mais um quadro histórico do PT - mais uma pessoa tradicionalmente ligada a uma causa, que ocupou um ministério relacionado a ela, que por desavenças deixou o governo e, posteriormente, o partido do presidente Lula, e até que acabou concorrendo à Presidência. Roteiro idêntico ao de Cristovam Buarque, o primeiro ministro da Educação do atual presidente. Marina, é bom lembrar, assumiu o Meio Ambiente logo no início do primeiro mandato de Lula e deixou o cargo em situação pouco harmônica.
É também o caso de se pensar como será o jogo eleitoral caso a candidatura de Marina pelo PV se confirme. Com ela, teríamos três mulheres com candidaturas a serem levadas a sério - as outras duas são Heloísa Helena (PSOL) e a favorita Dilma Rousseff (PT). Das três, arrisco dizer que Marina seria a que teria um discurso mais convicente, a de uma plataforma de campanha mais autêntica. Heloísa tende a repetir o discurso vago da "ética", sem propostas consistentes, e Dilma proporá a continuidade do governo Lula - o que é uma plataforma séria, mas, cá entre nós, pouco ousada e "pessoal".
Mas sabemos que o PV não tem condições - ao menos não hoje - de vencer uma eleição presidencial. Ao menos não com o quadro que se desenha. E acredito que nem uma aliança com outros partidos tiraria o favoritismo perene de PT e PSDB. Justamente por isso, Marina talvez não queira concorrer - disputar a presidência significaria abrir mão de uma reeleição quase certa ao Senado.
Resta saber se o PT apresentará alguma manifestação oficial ao caso. O partido não abrirá mão da candidatura de Dilma e não parece estar muito preocupado com a perda de Marina. O PV, enquanto isso, comemora.
Escolhendo um emprego
Há 2 anos
4 comentários:
é bastante complicado. axo q a saída do PT seria uma loucura. até pq o PT sempre foi muito mais ambientalista que o PV. O PT sempre esteve inserido nos mais diversos movimentos, sempre teve uma militância e vida partidária. Ja o PV, até meados de 2002 nao tinha nada consistente em relação ao meio ambiente. Veio começar a se posicionar depois que a humanidade começou a olhar pros mato.
Salamaleico!
Acho que você precisaria ler um pouco mais a história do PV antes de fazer comparações que não condizem com a realidade meu caro.
Leia um pouco sobre um relatório chamado 'farra do boi na Amazõnia' que você verá o "amor" do PT pelo meio-ambiente.
Eu participo do Movimento Marina Silva e afirmo que ele é suprapartidário !!! Hoje em dia é inegável a relação que existe com o PV, mas nós queremos que a Marina Silva não represente um partido, e sim seja uma representação de um movimento que quer antecipar o futuro e construir muita coisa boa. É por isso que existem tantas pessoas engajadas nessa campanha e que cresce cada dia mais. Ela já tem 15% das intenções de voto, mais de 25.000 pessoas na comunidade, é respeitada por intelectuais e formadores de opinião e por aí vai... Também sou do marketing, e vejo que não tem nada de impossível haver uma reviravolta nessas eleiçoes !!! Vamos conversar a respeito. Parabéns pelo blog :) Meu twitter @lutimenezes
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