quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mr. Postman

A Campaings & Elections traz texto interessante sobre outra faceta da crise dos EUA, e suas consequências em cascata.

O que a reportagem diz é que os correios de lá amargam prejuízo atrás de prejuízo - segundo o texto, serão mais de 8 bilhões de dólares só em 2011 - e, com isso, a entidade terá que fazer mudanças para sobreviver. E uma das mais cotadas é modificar o sistema de distribuição das correspondências. Em um primeiro momento, eliminando as entregas aos sábados e, futuramente, realizando o serviço apenas três dias por semana.

Como é voltada às campanhas eleitorais, a Campaings & Elections aborda o quanto essa modificação alteraria o jogo político por lá. Nos EUA, o uso de correspondência para as campanhas é fortíssmo. Inúmeras consultorias são especializadas no serviço. São duas as principais preocupações dos profissionais: a eliminação do envio de materiais às vésperas das eleições, que ocorre justamente aos sábados, e o fato de que, com menos dias de entregas, os eleitores recebam muito conteúdo de uma vez só, tendendo assim a desprezar a propaganda.

Parece anacrônico falar em propaganda eleitoral via correio para nós, porque aqui no Brasil ela é muito frágil e porque nossa tendência é achar que com a internet, os celulares e etc o que chega via carteiro passa a ter relevância quase nula. Fica então curioso ver como um país mais avançado tecnologicamente que o nosso ainda se baseia neste recurso. Questões culturais, sempre elas, jamais devem ser desprezadas.

2 comentários:

Fernando Augusto disse...

Aqui no Brasil acho que, sobretudo em campanhas para cargos proporcionais, faz diferença o envio de correspondência se for um material muito bem feito poucos dias antes da eleição.
Mas tem que ser correspondência mesmo fechada, via Correios. Não vale deixar no portão da residência.
Bom, mas isso pode ser uma impressão de eleitor. Até porque normalmente recebo essas correspondências de candidatos que têm as campanhas mais caras. E dou atenção se for um material bem feito. Se eu não tiver um candidato já escolhido pode fazer a diferença.
O que acha?

Olavo Soares disse...

Concordo, Fernando. No Brasil, eleições majoritárias e proporcionais têm lógicas completamente distintas - e, para as últimas, o voto ainda é decidido em cima da hora.

Acho impossível imaginar que um eleitor do Serra troque seu voto para a Dilma (ou vice-versa) por causa de algo recebido por correio. Mas para deputados/vereadores, é uma arma bem, bem razoável.