Como, para montar a minha viagem, me beneficiei muito de informações que achei via Google, vou contribuir para o ciclo e deixar alguns conteúdos aqui. Espero que sejam úteis.
Veneza
O início da minha viagem foi em Veneza. Cheguei à cidade no aeroporto e lá peguei o ônibus que faz a ligação do terminal com a Piazzale Roma (que é a última parte "normal" da cidade antes da Veneza dos canais e gôndolas). Comprei o ingresso pelo
site da ATVO por 8 euros (fica 15 se você opta por ida e volta). Ao comprar a passagem, você precisa indicar apenas o dia de uso, não o horário. E basta apresentar o bilhete emitido pela internet direto aos responsáveis que operam o serviço, no próprio momento de pegar o ônibus (do lado de fora do aeroporto, próximo ao desembarque). Deu tudo certinho, é um serviço que recomendo.
O hotel lá foi o
Carlton on The Grand Canal. Muito, muito bom! Tanto pelo hotel em si - confortável, com equipe atenciosa e café da manhã bom - quanto pela localização. Ele está em uma distância facilmente 'percorrível' a pé tanto da Piazzale Roma quanto da estação de trem Santa Lúcia, que foi meu ponto de saída de Veneza.
Na cidade, além dos passeios de 'exploração', entramos no Palazzo Ducale, o principal monumento. É caro (19 euros), mas vale a pena. O palácio é bem grande. Foi usado como sede administrativa de Veneza quando a região era uma poderosa república. Na visita pode se ver tanto os escritórios administrativos quanto as cadeias da
Ponte dos Suspiros, uma das mais célebres da cidade. E o ponto alto do passeio é o
grande salão.
Recomendo muito dois restaurantes: um é o
Ai Tre Archi, que fica em uma região um pouco menos turística, mas facilmente acessível com uma caminhada a partir da estação de trem. A tábua de entrada de frutos do mar é excepcional! O macarrão também com frutos do mar é outra ótima pedida. E o vinho da casa não faz feio. Já o outro restaurante é a
Trattoria la Rosa dei Venti - também em uma área menos cobiçada pelos turistas. Fui lá na noite do reveillon e comi muito, mas muito bem. E fica ainda mais perto da estação de trem.
Sobre o reveillon em Veneza: fui à Piazza San Marco, o principal lugar da cidade, que estava bem cheia, principalmente nos lugares mais próximos do canal grande. Ambiente seguro, bacana, mas a festa se resumiu aos fogos que explodiram longe dali. Claro que foi legal, mas pelo que vi em outros anos, esperava mais coisa. Não sei se foi uma decisão da cidade de fazer uma festa mais humilde.
De todo modo, fica o registro: Veneza é uma cidade MUITO legal. Mesmo. Não é pegadinha para turista. E resumi-la a um "destino romântico" é um grande, imenso erro. Veneza, pelo seu desenho, é única, incomparável, vale conhecer. É repleta de curiosidades. Então é bacana para famílias e crianças, e para qualquer um que queira explorar um lugar bem diferente de tudo.
Rimini / San Marino
O destino seguinte da minha viagem foi a República de San Marino, um país pequenininho encravado dentro da Itália. Mas como San Marino não tem ligação ferroviária direta e eu também não tinha a intenção de passar uma noite lá, usei a cidade de Rimini como base. Então foi em Rimini que cheguei por trem e pernoitei.
Fiquei no
Hotel Trieste. Eu só teria elogios a fazer ao hotel, não fosse por um detalhe: ele é mais distante da estação de trem do que parecia ser pelos mapas. E a estação de trem seria o local onde eu pegaria o
ônibus que liga Rimini a San Marino. Com isso, mudei os planos e fui a San Marino de táxi. Ficou 50 euros por trecho. Como estávamos em três pessoas, acabou não sendo tão salgado assim.
No fim das contas, ficar em Rimini foi um errinho estratégico. Dava para ter ido a Bolonha (que foi meu destino seguinte na viagem) e ter feito um bate-volta a Rimini, saindo direto da estação de trem para o ponto de ônibus, e retornando no mesmo procedimento. Por outro lado, o que compensou de Rimini foi que lá tive, talvez, a melhor refeição de toda a viagem, no
Fratelli La Bufala. Depois ainda passamos no
Bounty, que é uma mistura meio doida de restaurante, bar e balada. Rimini valeu ainda para adicionar outra cidade ao currículo...
Bem, mas falemos de San Marino. Como já dito, fui para lá de táxi. O taxista me deixou na
entrada do Centro Histórico, que é onde se faz o turismo por lá. Aliás, uma observação: quem vai para San Marino e não está muito atento (ou não liga muito pra essas coisas) não percebe que está em outro país. A 'divisa' entre San Marino e Itália é, na prática, inexistente; na estrada, de repente as sinalizações começam a mencionar San Marino, e fica nisso. Como todo mundo fala italiano e a culinária é italiana, pode se achar que está simplesmente em outra cidade da Itália.
Enfim: o Centro Histórico de San Marino é um lugar ótimo e vale muito a visita. Tem aquele jeitão das vilazinhas medievais europeias, com ruas de pedra, construções com cara de castelo, bares e restaurantes com cara boa a cada esquina. E muitas, mas MUITAS lojas. Por conta de impostos mais reduzidos, lá se vende de tudo. Roupas de marca, artigos esportivos, souvenires de tudo quanto é tipo e até mesmo armas (que não sei até agora se são autênticas ou não).
O ponto alto da visita a San Marino são as três torres de lá, Guaita, Cesta e Montale. Nas duas primeiras se pode entrar e subir; na outra, só ver pelo lado de fora. Subir nas torres é divertido, e a vista compensa. A visão que se tem do alto (de qualquer uma delas) é muito bonita. Além disso, o trajeto entre elas, coisa de três minutos a pé entre uma e outra, é igualmente belo. Vale ir às três.
A entrada é paga. Eu paguei 10,50 por um bilhete que incluía, além das torres, acesso ao Palazzo Pubblico, Museo di Stato e Museo San Francesco. Não fui a este último museu; o Palazzo Público é bacana, por ser a sede administrativa do país, e o Museo di Stato eu vi muito pouco, já que cheguei minutos antes do fechamento. De todo modo, acho que valeu a pena ter pegado esse ingresso conjunto.
Outra despesa que tive em San Marino foi de 5 euros para carimbar o passaporte com o "Visto Turístico", o que fiz em um posto de informações. É algo que não serve para nada prático, se faz apenas por diversão. Fica legal no passaporte.
Não fui a outras atrações de lá, como o Museu de Cera e o da Tortura (!). Também não peguei o bondinho que liga o Centro Histórico à cidade de Borgo Maggiore, que parece ser um lugar mais convencional, pouco interessante para o turismo.
Voltei a Rimini de táxi, que, como já dito, custou 50 euros.
Bolonha
No dia seguinte fui a Bolonha de trem, uma viagem rápida e tranquila. Na cidade, me hospedei no
Hotel Paradise. Muito recomendado. Não é luxuoso (longe disso), mas é limpo, confortável e tem um bom café da manhã. Além disso, fica a uma distância tranquilíssima da estação de trem e da Piazza Maggiore, o principal lugar da cidade.
Um dos passeios que fiz na cidade, logo no primeiro, dia, foi correr atrás dos
sete segredos de Bolonha. É um roteiro bacana porque, mais do que ver os segredos (alguns deles nem são tão grande coisa assim), permite conhecer bem a cidade, marcar alguns lugares para depois serem visitados novamente com mais calma. Ah, sim: mas assim como indicado no link, não achei o último segredo...
Vale bem a pena ir na
Torre Asinelli. O ingresso custa apenas três euros, e é comprado na hora, sem burocracia. Quando fui, havia uma fila, mas que se resolveu rapidamente. A subida é cansativa? Sem a menor dúvida. Não é um passeio recomendado para idosos, crianças pequenas ou pessoas com dificuldade de locomoção. Mas para quem não se encaixa nesses grupos, compensa bastante ir. A vista lá de cima é bem legal. E ao lado da Torre há uma praça simpática, restaurantes e a
sorveteria Gianni, amplamente recomendada.
Outros lugares em que entrei em Bolonha: Basílica de Santo Stefano (gratuita, com uma praça bonita na frente e uma série de coisas para se ver); Basílica de San Petronio (gratuita, mas cobra-se 2 euros para ter o direito de tirar foto); Teatro do Archiginasio (3 euros para ver o teatro de anatomia, é interessante; ver a biblioteca é de graça); Biblioteca Salaborsa (é grátis e parece ser bem legal, mas cheguei minutos antes do fechamento, então não aproveitei o espaço).
Falemos agora sobre comida. Gostei muito do
restaurante Il Moro. Já no badalado
La Montanara a experiência foi um pouco menos legal. Não que a comida tenha sido ruim, mas foi menos boa que a do Il Moro e o atendimento foi PÉSSIMO, o pior que encontrei em toda a Itália.
Uma experiência gastronômica bem bacana foi o
Mercato di Mezzo. Fica numa região super agradável, próxima à Piazza Maggiore, e o ambiente é bem legal, com vários restaurantes que têm comidas de vários perfis. Não fiz nenhuma refeição "pra valer" por lá, apenas bebi vinho/cerveja e comi alguns petiscos. Onde também fui beber vinho e curti foi no bar da
Eataly, em frente ao Mercato. O legal da Eataly é que os vinhos ficam expostos como em um mercado, e você aponta ao garçom qual quer beber. Há petiscos também bons.
Já o
Mercato delle Erbe é um pouco menos legal para quem quer beber e petiscar. Esse é mais um mercado no sentido estrito da palavra, com bancas de frutas, verduras e legumes. Há duas praças laterais com bares e restaurantes. Os preços não são baratinhos (também não são no Mezzo, cabe registrar). Além disso, fica um pouco mais distante da região central. Vale ir para quem tem muitos dias na cidade; caso contrário, não colocaria entre as prioridades.
Hospedado em Bolonha, fiz dois passeios externos, relatados nos próximos itens.
Ferrari & Pavarotti Land
O primeiro foi o
Ferrari & Pavarotti Land. O nome já diz do que se trata o percurso, que é completado por partes gastronômicas.
Antes de mais nada, registro que o site do Ferrari & Pavarotti é tão completo, mas tão completo que chega a ser confuso. Quando comecei a pesquisar, achei que o visitante tinha a possibilidade de escolher qual roteiro gostaria fazer, dentro do mesmo dia; depois entendi melhor que o calendário é fechado por dia, e a escolha do turista se dá sobre o dia em que quer passear, sem modificações dentro do dia escolhido.
O ponto de partida e chegada do passeio é a rodoviária de Bolonha (
Stazione Autolinee). Embora seja próxima da estação de trem, trata-se de um outro lugar - isso é importante para não chegar à estação de trem e ficar perdido... No dia em que fui, o ônibus estava na plataforma 25. É tudo bem sinalizado, não tem como errar. O passeio saiu e retornou na hora prevista (saída 9h, chegada 19h). Outra informação prática: comprei o ingresso pela internet e não precisei fazer nada além de imprimir o voucher e mostrar ao motorista.
Agora o passeio em si. No dia em que fui, eram esses os destinos, em ordem: Museu Casa Pavarotti; Gavioli Antica Cantina; Museu Enzo Ferrari; Museu della Salumeria; Museu Ferrari de Maranello.
Falemos sobre eles. O museu do Pavarotti é bem interessante, até mesmo para quem, como eu, não conhece nada do cantor a não ser o óbvio. O local é a casa onde ele passou grande parte da vida e também onde morreu. Então lá estão preservados o banheiro, a cozinha, a sala de brinquedos da filha, entre outros cômodos. Há também muitas fotos, cartazes e prêmios e outros itens que deixam clara a grandeza do cantor. Ah, e o ingresso contempla um audioguia que tem português entre as opções.
Já a Gavioli não foi um passeio dos mais bacanas. A visita não é ao local onde se plantam as uvas, e sim a um galpão/loja. A primeira parte do passeio é em uma espécie de museu histórico da produção de vinho, com equipamentos antigos. Depois, carros históricos patrocinados pela empresa (inclusive uma réplica da Williams de Senna). Por fim, os tonéis dos vinhos. Quando eu fui, a má impressão se acentuou por conta de um funcionário um tanto quanto grosseiro, que tratou mal sua jovem colega.
O Museu Enzo Ferrari é SENSACIONAL. Eu nem tinha tantas expectativas pra ele, porque achei que seria mais sobre a vida de Enzo e menos sobre a escuderia. Mas vale cada centavo do passeio. A recomendação é ver os dois filmes projetados em 360 graus no espaço principal do museu.
O Museu della Salumeria é interessante. Mas a visita com o tour acabou sendo meio atropelada. A guia - super disposta e com conhecimento do assunto - se desdobrava para atender um grupo imenso que chegou todo junto. Certamente o passeio seria mais legal se feito com mais calma.
Por fim, o dia foi muito bem concluído com o Museu Ferrari de Maranello, que é ainda mais legal do que o Museu Enzo Ferrari. A primeira parte dele é dedicado à marca Ferrari; depois, a prioridade vai para a escuderia de Fórmula 1. Quem gosta só um pouquinho de automobilismo já vai achar muito legal - para um apaixonado, então, é a perdição. Além disso, conta com uma loja muito bacana. Espetacular!
Enfim, o veredicto final sobre o Ferrari & Pavarotti Land é: a parte Ferrari e Pavarotti é excelente, as demais nem tanto. Mas recomendo a todos, porque os eventuais defeitos são compensados pelas virtudes. Só cabe uma ressalva importante: não há nenhuma parada 'oficial' para almoço. A dica é levar um lanchinho consigo ou aproveitar a cafeteria do Enzo Ferrari para se alimentar.
Parma
O outro bate-volta que fiz a partir de Bolonha foi para a cidade de Parma. Ida e volta de trem, com grande tranquilidade.
Saímos bem cedo (7h05) de Bolonha porque fomos visitar uma produtora de queijo, o
Caseificio San Pier Damiani. A visita tem que ser agendada e se inicia às 8h30. Agendei pelo email info@caseificiosanpierdamiani.it, quatro meses antes da viagem - não sei se é necessária tanta antecedência, mas como estava me planejando, precisava saber se o passeio estaria ou não disponível. Cheguei em Parma por volta de 7h50 e fui de táxi até o Caseificio. Ficou 12 euros, tanto na ida, quanto na volta. É um trecho rápido, coisa de 15 minutos.
A visita ao Caseificio foi bem bacana. Cabe um alerta inicial: é um passeio NADA artificialmente turístico - o que é muito bom por ser bem autêntico, mas pode inibir pessoas que curtam programas mais estruturados. Quem conduz a visita é a proprietária do espaço, que se divide entre os turistas e a necessidade de colocar a mão na massa para ajudar o marido e o funcionário do estabelecimento, que trabalham todos os dias da semana, sem folga. Ela dá as explicações somente em italiano. Mas creio que mesmo quem não fale o idioma tende a achar legal o passeio. Afinal, é possível ver todas as etapas da produção do queijo, e acabar com uma degustação bem interessante.
Saí do Caseificio e fui até a região central da cidade. Tomei um café e comi lanches na
Sorelle Picchi, um espaço bem agradável. Depois, curti a bela Piazza Garibaldi e fiz uma caminhada rápida para o Duomo de Parma e, por fim o Palazzo Pilotta. Não entrei no Duomo, que é pago.
O Palazzo Pilotta é legal de se conhecer. Por 10 euros, têm-se acesso à bela
Galleria Nazionale (de quadros), o interessantíssimo Teatro Farnese e o Museo Archeologico. É um passeio que pode levar cerca de duas horas.
Depois retornei à Piazza Garibaldi onde almocei em um restaurante cujo nome não estou localizando, mas do qual gostei bastante da entrada e dos cappeletti em brodo.
Por fim, fechei o dia na cidade passando em uma simpática feirinha na Piazza Ghaia. Não sei se é algo diário ou se demos sorte por estarmos lá no dia 6 de janeiro, em que havia uma série de celebrações pela cidade.
Milão
Depois de deixarmos Bolonha, nosso destino foi Milão, onde ficamos pelos dias seguintes.
O hotel foi o
Windsor. Boa escolha, sem dúvidas. Bonitão, confortável, com café da manhã excelente, ao lado de uma estação de metrô (Repubblica) e a uma caminhada bem razoável da estação central. Em frente ao hotel há uma linha do bondinho da cidade; li algumas críticas no TripAdvisor, dizendo que o barulho do bondinho era excessivo. Não me atrapalhou de dormir, e olha que tenho sono leve. Nada que janela fechada e o ar condicionado ligado não resolvam.
Como foram muitos dias na cidade e, por consequência, muitos passeios realizados, os locais serão citados em forma de tópicos. Mas antes de entrar na citação dos espaços, uma dica geral: o Milano Card não foi uma boa. Ao contrário do que se diz no site, ele não foi aceito no Duomo, no Museo del Risorgimento e na Pinacoteca di Brera. Não sei se eu deveria ter batido o pé para forçar o uso, mas não deu jeito. Só serviu no Estádio San Siro, com desconto de 3 euros. E o transporte incluído é algo que pode ser comprado em qualquer estação de metrô. Não recomendo a ninguém.
Bem, aos passeios:
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Duomo: o grande símbolo de Milão, que merece e muito ser visitado. A catedral é linda, a praça é bem bacana e a vista que se tem do teto é ótima. Pagamos 15 euros para a visita e a subida ao teto por elevador (embora depois tenhamos ficado com a impressão de que dava para ter encarado as escadas a pé numa boa). Cheguei lá por volta de 9h30, e praticamente não havia fila, e eu comprei o ingresso na hora. Mas, pela estrutura lá montada, deve haver fila grande em determinados dias/horários. Enfim, tem que ir.
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Piazza Degli Affari: um pouquinho para a frente do Duomo. Vale ir para ver a escultura engraçada que domina a vista.
- Galeria Vittorio Emanuele: é ao lado do Duomo, então é meio impossível não vê-la/visitá-la. Mas cabe um registro: apesar de linda, não tem muito o que se fazer dentro. É contemplar e seguir o passeio.
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Luini: lanchonete na região do Duomo que serve os 'panzerotti', uma espécie de sanduíche frito ou assado. Sempre tem fila, tem que comer de pé, mas é muito bom! Vale encarar a fila, até porque costuma andar rápido.
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Casa degli Omenoni: pertinho da Luini. Vale uma passada para ver, de fora, as curiosas esculturas.
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Pinacoteca di Brera: muito interessante. Tem um acervo imenso. Segundo diz a história, Napoleão fomentou o lugar, com a expectativa de torná-lo o "Louvre da Itália". O ingresso se compra na hora, a 10 euros.
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Museo del Risorgimento: fica ao lado - ou melhor, nas costas - da Pinacoteca. É sobre a unificação da Itália, portanto recomendado a quem gosta de história. A visita é rápida.
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Teatro alla Scala: é um dos mais importantes espaços para ópera de todo o mundo, com interior impressionante. Tem um museu, cujo passeio permite ver um pouco do grande salão. Eu não fui ao museu; dei uma sorte danada de, pouco antes da viagem, receber pela mala direta do
Vivaticket.it o aviso de que o teatro receberia um concerto-ensaio, com preços baratos. Comprei minha entrada por 5,50 euros. O lugar era péssimo - não dava nem para ver o palco! Mas valeu a visita de toda forma, por permitir ver a atmosfera do teatro e curtir a música. A dica que dou é ficar de olho nas promoções.
(esse trajeto foi todo feito em um dia, com tranquilidade e sem cansaço. Mapa:
https://goo.gl/maps/oqD4Z1hZtdz)
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San Siro: a visita ao campo de Inter e Milan e ao museu do estádio custa 17 euros (14 com o Milano Card; foi o único lugar em que consegui usar o desconto). Não precisa comprar o ingresso com antecipação. Abre às 9h30 e, quando eu fui, não peguei fila alguma. Fica ao lado do metrô, facílimo de chegar. Sobre a visita, o que tenho a dizer é o seguinte: para os apaixonados por futebol (meu caso), qualquer ida a um estádio é bacana. Mas para quem não gosta muito, o museu decepciona bem. Tem praticamente só camisas, e nada mais. E a visita não tem guia fixo, o visitante fica um pouco largado. Repito: impossível quem gosta de futebol não curtir; para os não apaixonados, não sei se sugeriria.
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Fabbrica Vapore: indicações muito positivas me animaram a visitar esse lugar, de fácil acesso, ao lado dos metrôs Cenisio e Monumentale. Lá, vi a ótima exposição
The Art of The Brick. Paguei 16 euros pelo ingresso, comprados na hora. A exposição foi muito bacana, valeu ter ido, mas o espaço decepcionou um pouco. Não havia nada lá para ser visto além da exposição propriamente dita. Talvez ser uma segunda-feira influenciou um pouco.
- Cemiterio Monumentale: por eu ter ido lá numa segunda-feira, não consegui entrar no cemitério. Mas ele de fora impressiona. Acredito que por dentro deva ser ainda mais bacana.
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Gae Aulenti: uma praça modernosa em uma região um pouco menos central de Milão. Vale conhecer, por ser um lugar bonito e ter uma série de lojas e restaurantes. Além disso, é perto dos outros dois lugares que citarei, bem famosos.
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10 Corso Como: lugar que mistura loja, galeria de arte e restaurante. É um ambiente totalmente diferente do que pensamos em relação a uma loja, como
este post do Ricardo Freire descreve bem. Acho que é possível fazer uma análise similar à que fiz para o San Siro: para quem gosta de moda, deve ser imperdível; para quem não gosta (meu caso), não trataria como um passeio recomendado. De todo modo, estando perto, cabe ir lá e dizer que viu.
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Eataly: como já existe uma Eataly no Brasil, o espaço não chega a ser uma novidade. Ainda assim, recomendo bastante a visita. A parte inferior é um mercado (onde pode se comprar tudo quanto é coisa ligada à gastronomia) e, nos pisos superiores, há restaurantes e bares. Não fiz uma refeição por lá; bebi vinhos e comi petiscos sensacionais em uma dessas cantininhas.
(o roteiro, feito da Fabbrica Vapore à Eataly, tranquilamente percorrível:
https://goo.gl/maps/Pxfi43mFm252)
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Castello Sforzesco: um dos cartões-postais da cidade. Abriga um monte de museus (todos pequenos, de visitação rápida, com um único ingresso de 5 euros) e é a porta de entrada para o Parque Sempione. Vale muito ir ao castelo e conhecer os museus, até pelo ingresso barato. Dá para ir - e é um passeio bacana - do Duomo até o castelo numa boa. Quanto ao parque: é bonito, mas nada de excepcional. Não fui à Torre Branca e a arena Gianni Brera, primeira casa da Internazionale, só pode ser vista do lado de fora.
- Cenacolo Vinciano: é a igreja que abriga o muro onde está pintada a famosíssima
última ceia do Leonardo da Vinci. Recomendo bastante a visita. Sim, todos conhecemos a obra de cor e salteado, mas ver de perto é outra coisa - e, vai por mim, é muito mais legal do que a Mona Lisa. Os ingressos, via de regra, precisam ser comprados com muita antecedência. Eu comprei o meu três meses antes da visita, mas curiosamente, no dia em que fui, um homem comprou na hora; a funcionária disse que foi pura sorte. Compra-se no
site Vivaticket. Ah, é um pouquinho longe do metrô, mas nada de mais.
Agora, comentário sobre dois bairros:
- Brera: o bairro onde fica a pinacoteca e que é próximo do Duomo reúne um bom número de restaurantes e tem um ambiente bem legal. No entanto, faço uma ressalva: Brera não me pareceu tão 'boêmio' quanto as informações que li na rede sugeriam. Diria que é adequado para um jantar a dois, não para beber cerveja ou curtir uma balada.
- Navigli: já esse bairro, um pouco mais longe da região central, supre as carências de Brera que mencionei antes. Há bares de tudo quanto é tipo e restaurantes de qualidade. E chegar lá é muito fácil, o metrô Porta Genova dá praticamente na cara dos canais.
Agora que já mencionei restaurantes, dicas:
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Alla Cadrega e
Il Paiolo: cito os dois em conjunto porque são restaurantes parecidos. Menu italiano clássico e preços justos. Além de ambos serem próximos ao Hotel Windsor e à estação central. Recomendados.
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Pizzeria di Gennaro: esse restaurante fica ao lado da Luini e, por isso, acaba sendo escondida pelas filas da lanchonete durante o dia. E é uma ótima opção para pizzas e pratos italianos clássicos. Não é dos mais caros.
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Kawa: sim, eu fui a um restaurante japonês na Itália! Sei que é meio heresia, mas ele parecia uma boa opção para comer a valer em Navigli. E deu certo. Menu "all you can eat" a 18 euros, que funciona direito, sem regulação. Acho que os melhores restaurantes japoneses do Brasil ganham do Kawa, mas isso não faz de lá um mau lugar.
Bernina Express
A indicação de um amigo me deu vontade de fazer o passeio turístico Bernina Express. É uma linha de trem que liga os Alpes Suíços a diferentes pontos da Itália (alguns links:
aqui e
aqui).
Pesquisa daqui, pesquisa dali, acabei ficando meio receoso em produzir o passeio por conta própria e acabei comprando
essa excursão aqui na Viator.
Trata-se de um roteiro que se inicia em Milão às 7h e volta à cidade 20h. Começa com uma viagem de ônibus a Tirano, que é o ponto de partida do trem; depois, vai-se de trem a Saint Moritz, na Suíça; fica-se na cidade por cerca de uma hora, e, por fim, ocorre o retorno, de ônibus, a Milão.
Essa foi a descrição objetiva, agora passemos aos comentários. A viagem é operada pela
Zani Viaggi, agência cujo escritório fica em frente ao Castello Sforzesco (facílimo acesso). Lá é o ponto de chegada e saída do rolê.
O passeio tem, sim, uma dinâmica de excursão. Guia falando no ônibus, hora marcada para sair de cada lugar, essas coisas. Mas as guias que conduziram o passeio no dia em que fui foram muito corretas. Explicaram as informações com conteúdo e sem afetação, foram simpáticas na medida certa e não forçaram a barra para haver interação entre os passageiros.
Chega-se a Tirano na hora do almoço. Não à toa, um pouco antes de alcançar a cidade a guia começa a falar sobre as maravilhas gastronômicas da região e sugere um restaurante que atende especificamente o que foi dito. Aceitamos o almoço, no
restaurante Ai Portici, que custou 16 euros, com pizzochero (o macarrão típico da região de Valtelina), um presunto diferente de entrada (cujo nome não lembro) e uma garrafa de vinho por mesa. Foi ruim? Não! Valeu 16 euros? Não sei. O pizzochero estava ótimo, mas contemplar apenas um prato disso, uma entradinha pequena e uma garrafa de vinho por mesa (e um vinho ruim) por 16 euros pareceu meio injusto.
Bem, depois do almoço iniciou-se a viagem no Bernina Express. O trem anda pouca coisa pela Itália e depois de uns 10 minutos já está em território suíço. Aliás, sobre isso cabe um comentário: não há nenhuma fronteira física entre os países e nem mesmo controle de passaporte - a guia disse que há ocasiões em que os funcionários pedem os documentos, mas isso me pareceu uma exceção.
E sobre a viagem em sim... bem, é espetacular, sensacional, linda, ou insira aqui o adjetivo que você quiser. As paisagens são sensacionais. São praticamente duas horas de "oh", "uau", "caramba" e afins - ainda mais para quem vai no extremo inverno, o que foi o meu caso. É tudo muito bonito mesmo. Parece que, sei lá, estamos em outro planeta.
O rolê de trem é a grande atração da excursão. Em Saint Moritz, fica-se apenas uma hora - tempo suficiente para ver o lago da cidade (que estava completamente congelado) e comprar uns chocolates na parte superior. É claro que dá vontade de ficar mais, mas é compreensível.
Depois, o retorno a Milão é feito por ônibus. Com direito a algo assustador no começo da brincadeira - a
Maloja Pass, uma rodovia tão bela quanto temida.
Como já dito, chega-se a Milão por volta de 20 horas, lá no escritório da Zani, em frente ao Castello Sforzesco.
Esse passeio foi uma das coisas mais bacanas que já fiz, em todas as viagens. Valeu muito a pena. Por outro lado, não sei se recomendaria essa excursão via Zani. Se por um lado é bom ter tudo organizadinho, por outro ficar com o tempo muito contado é algo chato. Talvez, se tivesse tempo sobrando, iria e voltaria de Bernina a Tirano, dormiria uma noite na cidade e só depois retornaria a Milão. Bem, cada um monte o seu.
Saída de Milão
Fui embora de Milão pelo aeroporto de Malpensa. Peguei um ônibus, o
Malpensa Shuttle, que liga a Estação Central ao aeroporto. Comprei online e bastou mostrar o voucher impresso ao motorista, sem mais burocracias - como fui de madrugada, não precisei marcar hora no site. O ônibus leva 50 minutos para chegar ao aeroporto.
Frio
Um comentário que vale para todo esse meu período na Itália: FAZ MUITO FRIO!!! Minha nossa, o frio que peguei lá nessas primeiras semanas de janeiro foi absurdo. Creio que a temperatura variou entre +5 e -5. E em Saint Moritz foi para algo em torno de -10. Ou seja, o bicho pegou. Não subestime o frio da Itália!
Trenitalia
Outro comentário geral. Li em mais de um blog relatos falando sobre como era difícil comprar
passagens pela Trenitalia. Olha... essa foi minha segunda viagem para a Itália, e posso afirmar sem medo de errar que o processo foi bem simples. Basta fazer um cadastro simples e pronto. É, talvez, mais fácil do que comprar passagens de avião. Ah, sim: falando nisso, vale a mesma dica que serve para a compra dos bilhetes nas aéreas - antecedência! As passagens variam muito de acordo com horário, dia, etc., etc.. Mas a antecedência garante preços baixos. Todas, literalmente todas as viagens que fiz custaram 9,90 euros (por trecho). Um deslocamento bem mais barato (e fácil!) do que se fosse por avião.